Dentre a montanha mudanças pelas quais a política brasileira passou nos últimos tempos está uma excrecência chamada "orçamento secreto". Ele foi derrubado pelo Supremo Tribunal Federal, mas continua a valer fantasiado de outros nomes. Não à toa o todo poderoso presidente da Câmara Federal, Arthur Lyra, disse em mais de uma oportunidade que ele veio para ficar. Talvez não no nome, mas no simbolismo. E a cada dia que passa cresce ainda mais a voracidade com que deputados e senadores avançam sobre o dinheiro dos nossos impostos. Pode-se dizer que em grande parte dos casos para jogar esses recursos no ralo em busca de votos. O objetivo de agora são as eleições municipais de 2024.
Foi-se o tempo da UDN e PSB, passou a época em que as siglas comunistas eram colocadas na ilegalidade e nos dias de hoje até mesmo nas câmaras de vereadores o avanço sobre o dinheiro dos impostos do cidadão é feito da maneira mais descarada possível. O apoio às prefeituras custa liberação de verbas para obras paroquiais, contratação de apaniguados para cargos públicos onde eles possam ter visibilidade com vistas às próximas eleições e isso quando a corrupção não é mais explícita como a que envolve aquisição de ambulâncias, tratores e outros equipamentos que não raro jamais chegam aos locais de destino para servir ao interesse público. Aliás, o interesse publico faleceu.
Até onde vai isso? Hoje seria impossível antever o final dessa bacanal. Mas ela precisa ter um fim e terá certamente porque não há fosso sem fundo e a população desse país reagirá exigindo nas urnas o respeito aos direitos do cidadão. Só vamos torcer para que isso aconteça sem derramamento de sangue.
2 comentários:
Parabéns, Álvaro! Pertinente, lúcido (como sempre), e muito, muito oportuno.
Nosso modelo político de governança, tá falido de há muito. Talvez no nascedouro. Há que se colocar na pauta do dia a REFORMA POLÍTICA.
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