Leitor, olhe com horror a foto acima, feita por um profissonal da Agência Brasil. Ela mostra o desespero e o desamparo da mãe de um dos assassinados de terça-feira nas comunidades da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, pelas forças policiais do governador Claudio Castro, ao identificar o filho na fila de corpos. Foram 121 no total e muitos deles acabaram sendo executados desarmados, alguns com tiros na nuca, depois de rendidos. Uma força tarefa de legistas e outros peritos forenses está levantando os fatos para mostrar ao Brasil o que aconteceu naquele dia na segunda maior cidade do Brasil. Um massacre maior do que o do Carandiru, em São Paulo, caso emblemático no Brasil, à época com 111 mortos.
O massacre foi o resultado da narcopolítica do indivíduo Cláudio Castro, que chegou ao governo do Rio de Janeiro depois do afastamento de Wilson Witzel por impeachment (coitado do Rio!). Ele tem menos cultura que o antecessor, um magistrado, mas é igualmente adepto da extrema direita brasileira, a que pretende encontrar narcotraficantes pelo Brasil afora para transformar em guerra interna nosso maior problema social. O problema que, como aconteceu terça-feira, só é atacado matando-se os pobres - preferenciamente negros - das comunidades carentes do Brasil, como as do Rio de Janeiro. Castro e seus sequazes fala que só marginais foram mortos, mas as investigações comprovam o contrário.
Pelo menos um morador da região viu e denunciou policiais arrastando um homem ferido para uma ruela. Depois houve tiros e em seguida ele foi trazido de volta já executado. Outro, pastor também deputado assegura que quatro evangélicos de sua congregação sem nenhum vínculo com atos criminosos foram mortos pela Polícia na terça-feira. Eram negros, estavam com chinelos de dedo e correram com medo dos policiais. Como se não bastasse isso a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro foi impedida de acompanhar trabalhos dos legistas ontem no IML daquela cidade. À noite houve um protesto de familires dos mortos.
Há indícios claros de que setores da extrema direita política brasileira estão agindo para desestabilizar o País, sobretudo depois que o atual presidente começou a se recuperar nas pesquisas de opinião pública, surgindo como favorito para as eleições presidenciais do ano que vem. A ideia de golpe de Estado jamais foi abandonada por essa turba que agora se inspira no presidente dos Estados Unidos e sua política de ataques a inimigos com o uso da figura do narcotraficante como amparo a seu discurso que visa derrubar outros governos.
E há um ponto que precisa ser considerado: os ataques todos visam comunidades comandadas por criminosos do CV e PCC. Nunca as que são dominadas por milícias. E até as pedras portuguesas das calçadas de Copacabana sabem que essas organizações milicianas são compostas basicamente por elementos oriundos de organismos policiais, muitos destes de vínculos umbilicais com o poder estadual do Rio de Janeiro e também de São Paulo, os primcipais focos de disseminação de grupos criminosos do Brasil de hoje.
As pessoas que chamam extra terrestres com celulares na cabeça, rezam para pneus, pedem intervenção militar, acampam e se ajoelham diante de quarteis e dizem que o atual presidente na verdade é um sósia do verdadeiro que morreu em novembro de 2022 não são apenas figuras caricatas. São parte de um grande esquema de instabilidade política com ramificações no exterior, sobretudo nos EUA. E protegidos por gente da Faria Lima, também de vínculos fortes com o crime organizado, sobretudo o de cunho financeiro. Só que estes usam paletó, gravata e não morrem nas ruelas de nossas comunidades paupérimas.
O que eles almejam é um novo golpe de Estado e a queda pela força das armas, se preciso for, de um governo legitimamente eleito pelo nosso povo, elemento fundamnetal e básico da vida em regime democrático. Mas será esse o nosso futuro? Que Brasil você quer?













