A paz é uma ilusão muito frágil, um bichinho que morre com facilidade sobretudo quando surge das decisões do extremismo político de direita. Não existe paz imposta. Não existe paz que humilha. Essas situações são a véspera de novas guerras.
Há um período da história humana do Século XX que precisa ser melhor estudado. Ele diz respeito ao hiato entre 1919 e 1939, quando a humanidade deixou a Primeira Guerra Mundial e se preparava para a Segunda. Houve equilíbrio frágil entre as potências europeias porque, ao final do primeiro confronto foi redigido o Tratado de Versalhes impondo à Alemanha pesadas reparações econômicas e militares pela derrota no conflito. Era humilhante, sobretudo porque o derrotado não teve voz na reunião de 25 nações e até territórios (Alsácia-Lorena) foi obrigado a que ceder. Isso gerou um sentimento de revanche entre os alemães e o caldo de cultura para o surgimento, em meio ao caos econômico subsequente, do demagogo capaz de ser visto como salvador da pátria. Eis Adolf Hitler.
E hoje? Assim como a extrema direita precisava de um inimigo para massacrar entre 1939 e 1945, o Estado Sionista de Israel elegeu outro que tenta eliminar em 2025. E ele está aí mesmo, ao lado, na figura da Palestina. Para o sionismo os palestinos são inferiores, não merecem um Estado Nacional e podem ser massacrados. O que os Estados Unidos fazem agora é armar o Hitler moderno na figura de Benjamin Netanyahu para "acabar o trabalho", como já foi dito. Para a solução final nazista. E Donald Trump, que vê na devastada Faixa de Gaza um imenso projeto imobiliário a ser erguido sobre toneladas de ossadas humanas, está em cena armando o seu palco particular para o que sabe fazer: agir como um showman.
Depois de todo o espetáculo coreografado por chefes de Estado marionetes, ele foi embora para casa onde deverá encenar outros projetos como, por exemplo, o de tornar a Argentina do aprendiz de humorista amador Javier Milei seu quintal privado e a Venezuela da agora prêmio ignóbil da paz Maria Corina Machado a gerente dos poços de petróleo a serem repassados para os Estados Unidos. Assim as coisas são...assim caminha a humanidade...
A hisória se repete como uma farsa moderna e na qual não contam os dramas humanos porque eles são vividos por "seres inferiores" como o seriam os milhares de palestinos (foto) que voltam para casa, na verdade para uma imensa montanha de escombros em que se tornou Gaza, porque não têm mais para onde ir. Essa paz não existe porque humilha, porque rouba cicadanias, terras seculares de uma etnia originária de lá e também, suprema e perversa ironia do destino, porque é um ótimo negócio para quem lucra com o projeto de uma nova riviera, essa agora a ser edificada sobre a carne e o sangue humanos.

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