24 de setembro de 2008

Gratuidades escondidas


Quem quiser tirar uma cópia da certidão de nascimento ou de casamento, não precisa mais ir até um cartório, pegar senha e esperar um tempão na fila. O cartório eletrônico já está no ar! Nele, você resolve essas (e outras) burocracias, 24 horas por dia, on-line. Cópias de certidões de óbitos, imóveis e protestos também podem ser solicitados pela internet. Para pagar é preciso imprimir um boleto bancário. Depois, o documento chega por Sedex. Basta digitar o endereço eletrônico.

Esse, parece, é um serviço da maior importância. Divulguemos.

Para o Auxílio à Lista, telefone 102 ? Não! Agora é: 08002800102. Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são importantes. Na consulta ao 102, pagamos R$ 1,20 pelo serviço. Só que a Telefônica não avisa que existe um serviço verdadeiramente gratuito. Não custa divulgar esses fatos para mais gente ficar sabendo. Importante: documentos roubados - BO - dá gratuidade - Lei 3.051/98. Você sabia disso? Acho que grande parte da população não sabe. É que a Lei 3.051/98 nos dá o direito de, em caso de roubo ou furto (mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência), gratuidade na emissão da 2ª via de documentos como Habilitação (R$ 42,97); Identidade (R$ 32,65) e Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11). Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cópia (não precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrência e o original ao DETRAN p/ Habilitação e Licenciamento e outra cópia à um posto do IFP.

Fácil, não? Fácil mas pouca gente sabe.

16 de setembro de 2008

Sem bússola!


Durante a Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética se acusavam mutuamente de imperialistas. E ambos o eram. De um lado havia os interesses imperiais capitalistas e, de outro, os comunistas. A guerra foi fria o tempo todo porque o poder real, aquele representado pelas bombas atômicas, sempre serviu como um resfriador de tensões. Muito mais do que as certezas ideológicas, foram as nucleares as garantidoras da paz.

Nas constantes crises sul-americanas o termo voltou à moda. Seja para que a Venezuela de Hugo Chaves acuse os Estados Unidos, seja para que o Evo Morales da foto mantenha seu frágil poder na Bolívia. E nos dois casos não existe a questão imperial como ela se colocava no passado, como ela deve ser entendida se quisermos estudar o fenômeno à luz de um entendimento político mais claro.

Chavez quer ser o sucessor de Fidel Castro. Poderá até conseguir, isso caso no âmbito do poder em seu país e nas áreas de influência mais próximas. Porque os cubanos vão querer fazer o sucessor de Castro dentro das fronteiras do país deles.

As crises sul-americanas, em cujo ápice hoje se encontra a boliviana, na verdade são uma luta por afirmação, pela imposição e/ou descoberta do papel de cada um no cenário político regional. Sim, porque a Guerra Fria pode até voltar. Mas hoje é passado.

Talvez nosso maior problema resida no fato de que os principais atores políticos sul-americanos da atualidade não conseguem encontrar seu espaço exato de atuação numa América do Sul ainda envolta em vários problemas, tanto econômicos quanto étnicos/culturais.

E enquanto tudo isso acontece à nossa volta, até mesmo com a influência nefasta de bolhas econômicas que levam o terror às principais economias mundiais, qual é o espaço do Brasil nessa arena? Poderia ser um espaço de relevância, se o governo brasileiro o conhecesse. Mas não conhece. Navega nesse mar de incertezas buscando terra firme sem bússola. Porque a gente só encontra os caminhos nessas águas quando sabe onde quer chegar.

11 de setembro de 2008

Coisa melhor


"Por isso é que a água é salgada? É por causa do pré-sal? Eu pensei que fosse por causa do xixi que as pessoas fazem na praia no domingo."

"Estamos cavando tão fundo que qualquer dia vai ter um japonezinho na broca da Petrobrás e vamos ter problemas internacionais."

Os dois, digamos, acessos fonéticos seríssimos reproduzidos acima, são do presidente Lula. Foram cometidos na plataforma P-34, da Petrobrás, quando ele veio ao Espírito Santo pela última vez para "retirar" uma amostra de petróleo do pré-sal (lá está o homem na foto, ao lado de uma funcionária da estatal petrolífera).

Todo mundo riu. Todo mundo, não. Uma amiga minha de longa data, jornalista, sentiu-se mal em ver o presidente de sua República expor pela milionésima vez, em público, seu lado gaiato. Diante de um grande número de pessoas e da imprensa internacional. E não foi só ela. A outras pessoas, as "piadas" pareceram mais uma vez sem nível, sem propósito, de total mau gosto.

Não, não é preconceito. Mas o Brasil merece coisa melhor.