16 de janeiro de 2016

Esperneiem, senhores advogados!

Marcelo Odebrecht chega à prisão em Curitiba 
"A Operação Lava Jato é pior que a ditadura" - Um dos trechos constantes do documento levado a público por advogados defensores dos acusados dessa operação, grande parte dos quais já condenados ou então aguardando julgamento. Muitos ainda presos preventivamente.
É compreensível que a Operação Lava Jato, por sua amplitude e pela repercussão que está tendo junto à sociedade brasileira, cause desespero entre advogados famosos, contratados a custos que variam de R$ 3 a R$ 5 milhões para defender os acusados. É compreensível que eles se unam e tentem desacreditar o esforço da Justiça para punir os ladrões de dinheiro público, notadamente aqueles mais ricos e que sempre se consideraram acima de todas as leis.
Mas não é compreensível que o documento gerado por esse descontentamento faça uso até de assinaturas falsificadas. Ora, se o advogado usa dos mesmos artifícios daquele que defende, o que os distingue? O acusados já tem direito a ampla defesa, o que é justo. O advogado pode encampar as mentiras que ele - seu cliente - pretende sustentar, o que também é permitido apesar dos riscos. Mas invadir a área criminosa, onde apenas o acusado, sobretudo o já condenado, deveria habitar, é querer residir com ele no crime. Nesse momento a prática advocatícia está prostituída.
Sei não ser fácil desacreditar a Operação Lava Jato. O corpo da sociedade a apoia. E entrega a ela esse apoio para deixar claro com isso que nós, brasileiros, não suportamos mais viver num País assaltado em grande parte por aqueles que deveriam defende-lo. Até mesmo as pessoas de menor informação já reclamam do que se passa. Se os advogados autores do documento levado a público ainda não sabem, os pobres, anteparo desses governos dos últimos 13 anos, já começa a tirar-lhe o apoio. Eles não entendem muito de leis, de julgamentos, mas sentem cheiro ruim no ar.
Precisamos defender nossa democracia. E fazer isso hoje no Brasil significa patrocinar um expurgo. Retirar da vida pública e de circulação tantos criminosos de colarinho branco quantos seja possível identificar, prender, julgar e condenar. Caso contrário os condenados seremos nós.
Durante 21 anos vivemos sob um regime ditatorial que estuprou a Constituição, prendeu ilegalmente, torturou e matou brasileiros. Não queremos viver de novo esse pesadelo. Mas tampouco podemos permitir que a impunidade leve algumas pessoas a considerar aqueles tempos melhores. Esperneiem, senhores advogados! Usem até de artifícios ilegais. A Justiça julgará também seus atos. O Brasil vai continuar defendendo o Estado de Direito e a Democracia.
Chega de ladrões de dinheiro público impunes nesse País.  

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