17 de março de 2024

Até quando, Bolsonaro?


- Até quando, Bolsonaro, abusarás da paciência nossa? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?

Assim mesmo, trazendo para o português a pergunta/denúncia em latim feita por Cícero a Catilina é permitido adequar aos dias de hoje os acontecimentos da Roma antiga. O denunciante havia descoberto que seu inimigo estava querendo dar um golpe através de um complô que previa vários assassinatos de autoridades romanas - cônsules - e um incêndio na cidade. Viram como o caso é próximo de nós? Então ele gritou: "Quosque tandem abutere, Catilina, pacientia nostra?" Corria o ano de 65 a.C. Cicero escreveu então suas célebres "Catilinárias" em resposta àquele que era acusado de trair a confiança do povo. Desde então o termo Catilina, antes apenas o nome do senador, ficou com o significado de temerário, amoral e outros, pela incapacidade para o cargo governativo a que se propunha Lucius Sergius Catilina e que morreria condenado três anos depois e numa rebelião promovida por ele. Esse é um episodio da vida humana que merece ser estudado com mais profundidade por todos os que se interessam em não reescrever a história. 

Mas estou me propondo agora a somente traçar paralelos. Bolsonaro, esse Catilina de triste figura, abusa da paciência de todos. Segundo juristas com os quais conversei, ele só não foi preso ainda porque é preciso que todo o procedimento jurídico seja respeitado, sobretudo com ele tendo amplo poder de defesa. Motivos para a prisão já há aos montes, mas tem que ser preservado o princípio do "devido processo legal" no qual se ancoram as leis. 

Só que nesse meio tempo o ex-presidente continua a conspirar. A atentar contra o Estado Democrático e de Direito. Não perde uma oportunidade sequer de falar em público, de viajar, arrotar valentia e, como fez ontem no Rio de Janeiro, dizer em público que não teme ser julgado, contanto o seja "por juiz isento". E o poder de julgar essa isenção é apenas dele e do gado que muje à sua passagem. Só que isso já ultrapassa a nossa paciência, a capacidade de suportar esse golpista e ditador de aldeia, esse projeto fracassado de chefe de Estado que decidiu não respeitar a Constituição do Brasil. 

Chega! Até quando? O ex-presidente brasileiro tem que ser contido, preso. Tem que passar muitos anos na prisão pagando pelo crime de ter tentado de todas as formas destruir a democracia brasileira tão arduamente construída entre 1964 e 1981 (foto). E é preciso lembrar: ela foi um projeto nosso, dos que hoje estão no poder tentando evitar a volta dele e dos fascistas que mantiveram a ditadura militar brasileira por 21 anos.                

9 de março de 2024

Os comícios de Lula


 A queda na popularidade do presidente Lula, medida essa semana por institutos de pesquisa sérios, deve ser motivo de apreensão. Mas, sobretudo, pode servir como parâmetro para que um novo norte de atuação do governo seja implementado e desenvolvido daqui para a frente. Parece claro, cristalino, que a comunicação dos últimos 15 meses está falhando e a oposição vai se aproveitar disso a cada dia mais e com maior força.

Os comícios de Lula, aqueles feitos no início da carreira política dele no ABC (foto) e que levaram à fundação do PT, ainda não desembarcaram da agenda do presidente. Ele saiu do sindicalismo, mas o sindicalismo não saiu dele e esse é um erro crasso. Nos dois primeiros mandatos do atual presidente como governante maior, o PT era visto como um símbolo da oposição à ditadura e ao presidente quase tudo era permitido. Uma espécie de "efeito teflon" manteve-o sempre com avaliação elevada. Mas hoje as coisas são muito diferentes. O PT não é mais símbolo de autoridade moral para milhares como era e o antipetismo surgiu como força no Brasil juntamente com o conservadorismo, o reacionarismo e o extremismo de direita puro e simples. Esse último é o perigo mais claro, mais pujante!

Quando assumiu o governo, Lula disse que não queria bajuladores, mas sim críticos de sua atuação. E como esse que aqui escreve torce pelo sucesso do governo para que a extrema direita não possa voltar, aqui vai uma contribuição sincera: Lula, saia do comício sindical! Desça desse palanque!  Ouça antes de falar, escreva antes de ter um discurso pronto e não fale de improviso. Noventa por cento de tudo o que você fala, Lula, é correto. Mas existe o modo exato de colocar as palavras, sobretudo em política internacional, sobretudo em reuniões de Estado, onde tudo, até mesmo uma tosse, vai repercutir.

A economia do Brasil está bem. Os projetos do governo que focam educação, saúde, inclusão social, apoio ao homem do campo e às atividades econômicas nas cidades é acertada. Há uma clara preocupação oficial para com o desenvolvimento nacional com justiça social e isso sempre faltou a nós. A oposição cria todos os obstáculos possíveis e imagináveis, mas isso já era esperado. Os chamados "evangélicos" formam um grande contingente de oposição, mas temos a exata noção de que esse bloco está nas "confissões" chamadas de neopentecostais e não nas religiões tradicionais. É a picaretagem travestida de religião quem impera nesse segmento e que quer ver o governo fracassar.

Se tudo isso é tão claro, voltar a subir nas pesquisas pode ser um trabalho de resultados positivos possíveis e talvez até rápidos. Basta corrigir o rumo. O brasileiro tem que conhecer mais as ações do Governo Lula. Falta comunicação, repito! O presidente precisa sempre agir e falar como estadista, tomando cuidado com os improvisos. Não pode aceitar provocações nem fazer bravatas em palanques. Esse tempo e o "efeito teflon" passaram. 

O tempo de mandato ainda é longo, mas o de correção de rumos urge. A extrema direita lambe os beiços de vontade de voltar. Ela se esconde nas trevas, nas redes de fake news, nas ações subterrâneas. Claro que isso pode e deve ser combatido sobretudo com processos judiciais e eles deveriam ser mais considerados hoje. Se ações como essa se somarem a um governo no rumo certo, Jair Bolsonaro e sua gang verão o mandato de Lula ser renovado ou quem vier a ser indicado por ele, eleito em 2026 para mais quatro ano no Planalto.

Mais do que isso: verão da cadeia.             

1 de março de 2024

Os novos nazistas atacam


Enquanto as forças armadas de Israel atacam os palestinos na Faixa de Gaza e promovem o maior massacre de que se tem notícia em tempos recentes, uma quantidade grande de pessoas teme denunciar governo de Israel para não sofrer acusações de antissemitismo. Bobagem. Esse termo é uma palavra moderna que serve para designar o ódio aos judeus e à sua cultura milenar. Isso não está em questão. O que se denuncia hoje é o crime de limpeza étnica cometido pelo governo israelense de extrema direita comandado por Benjamin Netanyahu e mais todos os novos nazistas que ele conseguiu reunir em seu "gabinete de guerra".

Esse governo ressuscita o antigo pensamento judaico que autoriza a morte de gentios, ou seja, não judeus e com base em princípios contidos na Torá, o livro sagrado do judaísmo e que contrapõe o Antigo com o Novo Testamento. Essa é raiz de todos os ódios nascidos, ainda segundo os textos religiosos, com a morte de Jesus, considerado um falso profeta e desprezado pelos judeus que não o têm como filho de Deus. Não pretendo entrar mais fundo nesse tema.

Se o leitor olhar bem a foto que ilustra meu texto vai ver a figura de um soldado israelense deitado no berço de uma criança palestina e, debochando dela, abraçado a um seu bichinho de pelúcia. O bebê havia sido morto, assim como milhares de outros desde que Israel invadiu a Faixa de Gaza como resposta ao ataque do Hamas em início de outubro último. Não apenas recém nascidos são mortos, mas também mulheres, idosos e demais civis palestinos que nada têm a ver com as atividades bélicas do Hamas.

E por que os soldados israelenses fazem isso? Porque desde jovens, sobretudo quando ingressam no serviço militar obrigatório de seu país, eles aprendem que os palestinos são pessoas frias, cruéis, a serviço do mal, da destruição da Grande Israel. Portanto, são gentios que não merecem viver. E esse pensamento é também compartilhado por boa parte da população civil de Israel, sobretudo e principalmente a parcela que adota como sua ideologia oficial o extremismo de direita, discricionário e fomentador de ódios.

Foi a extrema direta alemã ocupada pelo nazismo quem gerou o episódio hoje chamado de holocausto e que matou seis milhões de pessoas. Para o nazismo os principais seres inferiores eram os judeus, mas não apenas estes. Também o eram comunistas, deficientes físicos, deficientes mentais, negros, ciganos, homossexuais e todos aqueles que não comungavam totalmente com os valores arianos. Transportado para os dias atuais, esse pensamento é rigorosamente idêntico ao do extremismo político de Israel que mata palestinos. A intenção é a de elimina-los da face da terra ou pelo menos da região onde só deve ficar a Grande Israel! Afinal, como os governantes atuais do Estado Judeu dizem, palestino não é povo e apenas se constitui em um grande bando de animais.

Por isso os novos nazistas atacam. Eles não são diferentes em nada dos velhos nazistas!          

27 de fevereiro de 2024

O Estado Laico é o alvo


O domingo dia 25 de fevereiro representou os estertores dos esforços do genocida inelegível para não se tornar também presidiário. Não vai funcionar, tomara. Mas o perigo não estava nas palavras explícitas que foram ditas ao longo daquela tarde pela maioria sobre um trio elétrico, mas no que escondia o evento pago pelo "pastor" Silas Malafaia com dinheiro de seus fieis, sobretudo nas palavras da ex-primeira dama Michele Bolsonaro (foto) e através das quais ela defende claramente a invasão do controle político pelas tais "igrejas neopentecostais" do Brasil. O que eles querem é atacar as bases do Estado Laico onde se ancora nosso país desde sempre.

Foi triste ver um batalhão de pessoas perdidas na mais importante avenida de São Paulo. Não foi engraçado ouvir algumas delas enaltecendo o "cristianismo" de Israel. Ou então outras tentando cantar sem saber a música "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores", de Geraldo Vandré, um hino do combate à ditadura militar de 1964. Vimos velhas carcomidas pela idade e ignorância tentando sambar uma espécie de samba do crioulo doido fascista nas calçadas ou no asfalto daquele ponto famoso da maior cidade do Brasil e que hoje é administrada pela pobre figura caquética do prefeito Ricardo Nunes.

Assustava o pauperismo intelectual da maioria daquela gente!

E digo isso para citar inclusive aquelas que estavam aboletadas sobre o trio elétrico principal e o outro. São um retrato fiel e desesperador do que é o bolsonarismo, a extrema direita no Brasil. Ontem mesmo, enquanto eu esperava a abertura da agência do Banestes de Jardim da Penha, aqui em Vitória, uma senhora idosa resolveu gritar a plenos pulmões e sem ser provocada nem nada, um "Quando vai sair o impeachment do Lula?" Afora um senhor também carcomido pelos anos que defendeu o fuzilamento de todos do atual governo, ninguém mais se manifestou. Eles foram embora.

Conforta o fato de que a imensa maioria dessa gente envelheceu. Há jovens, sim, mas são a minoria. Mas assusta sabermos que parte deles, sobretudo a mulher do ex-presidente, representam o projeto das correntes neopentecostais de atacar as bases do Estado Laico, em um plano de mudar a Constituição. Esse é o caso de Malafaia e dos demais chefes das principais correntes existentes, principalmente a Igreja Universal do Reino de Deus. Por isso insistem sempre em anunciar o Brasil como "país cristão". Por isso cresce a bancada evangélica aliada à da bala e à do boi, todas interessadas em criar para nós um novo caminho distante daquele que nos trouxe até aqui.

Esses "evangélicos" estão espalhados por todos os partidos de direita ou extrema direita. E isso é um projeto! Para eles o partido é apenas uma sigla sem sentido que pode ser descartada em qualquer momento. Por isso é importante que eles se espalhem nas câmaras e no Senado. O projeto visa principalmente as eleições para a renovação senatorial, quando serão eleitos dois senadores de cada Estado. Se fizerem maioria estarão com a faca e o queijo nas mãos e poderemos ver morrer o Brasil que construímos um dia.

Repito, esse é o projeto. E o Estado Laico em que vivemos é o que nos trouxe paz até hoje e uma vida distante de movimentos separatistas e de perseguição política e religiosa institucionais. Resta lutar e denunciar. Caminhando e cantando e vivendo a canção. Ainda creio que somos todos iguais, braços dados ou não! 

22 de fevereiro de 2024

Diplomata de botequim


A diplomacia é um terreno sutil e difícil de ser trilhado com perfeição. Por isso exige tanto preparo. No Brasil, ingressar no Instituto Rio Branco e se tornar diplomata é sonho de muita gente e realização de poucas. Quem consegue se dedica de corpo e alma a essa atividade necessária ao bom relacionamento entre nações. Por isso jamais concordei com um costume que vez ou outra o Brasil trilha e que é o de dar cargos de diplomacia como presente a políticos, sobretudo ao final de mandatos. Isso pode prostituir a atividade porque vai colocar leigos oportunistas como chefes de missões.

Não é raro governantes meterem os pés pelas mãos e cometerem impropriedades nos momentos mais delicados do relacionamento entre nações. Como aconteceu exatamente agora, quando o presidente dos Estados Unidos usou um "son of a bitch" para se referir ao presidente russo Vladimir Putin. Talvez ele realmente possa ser assim considerado por seus detratores, mas um chefe de estado de nação que mantém relações diplomáticas com os russos deveria se abster de falar. Mas, enfim, falou.

Muitos estão criticando Lula por ter, numa entrevista, dito que "Hitler matou judeus" na Segunda Guerra Mundial no episódio do holocausto. E é verdade. Não era uma declaração oficial, nem ele estava falando para nações em uma assembleia geral, mas foi tocado um ponto delicado da história recente da humanidade. Lula não é diplomata e o Itamarati tem meios e modos de corrigir esse tipo de gafe por intermédio de seus profissionais.

O assustador é todos vermos o chanceler de Israel, homem que deveria estar em sintonia com os hábitos e linguajares de sua atividade, descer a nível rasteiro em rede social para atacar o presidente brasileiro como numa discussão de botequim. E ainda mais levando para o centro do debate uma brasileira que havia sido sequestrada e resgatada do Hamas (foto). Mais do que isso, esse chanceler Israel Katz mentiu o tempo todo, distorcendo a fala do brasileiro e tentando capitalizar o episódio para deslocar o foco da crise que seu país enfrenta num momento em que  autoridade do primeiro ministro é questionada internamente. Ainda humilhou o diplomata brasileiro falando em uma língua não dominada por ele e portando um microfone de lapela para gravar a fala do "oponente".  

Israel já tem um chefe militar em cargo de ministro que se refere aos palestinos como "animais", uma ministra de pasta ligada a colonização de terras estrangeiras roubadas ilegalmente capaz de dizer que o palestino não é um povo, e agora uma outra que fala: "Estou orgulhosa das ruínas de Gaza. os bebês palestinos lembrarão de nós". Todos são do Likud, o partido da extrema direita israelense. Todos são tão nazistas como foram os da Alemanha entre 1933 e 1945 quando houve a derrocada do nazifascismo.

Qual é a diferença entre o episódio da Segunda Guerra Mundial e o massacre dos palestinos agora? Talvez somente uma questão de escala. A extrema direita precisa de inimigos para sobreviver. Não sabe fazer nada sem eles. Hitler uniu grande parcela do povo alemão no ódio aos judeus. Bons alunos. os nazifascistas de Israel usam a receita para exterminar os palestinos, seus inimigos. Todos, sem exceção alguma. só sabem odiar e destruir.  

19 de fevereiro de 2024

Sionismo é morte


Erra por ignorância ou absoluta má fé quem confunde um ataque ao Estado de Israel com uma dura crítica aos desvarios de extrema direita do sionismo israelense encastelado no governo que é hoje liderado pelo extremista genocida Benjamin Netanyahu. Talvez o único erro do presidente Lula tenha sido não deixar isso bastante claro na crítica que fez ao se despedir da África domingo. Todos os que agora investem contra o Brasil em decorrência das declarações dadas pelo governante passam por cima dessa evidência.

Desde o massacre de Sabra e Chatila entre 19 e 20 de setembro de 1982, quando de 800 a 2000 pessoas, a maioria palestinos, foram assassinadas por milicianos maronitas que agiam apoiados pelas forças armadas de Israel, sabe-se que o plano da extrema direita israelense, mais precisamente do sionismo daquele país, é a completa aniquilação da população palestina. Ontem isso foi feito no Líbano. Hoje, na Faixa de Gaza. A extrema direita de Israel quer que o povo palestino seja exterminado para que não haja a menor possibilidade de haver uma "solução de dois estados", como se pede para aquela região.

Aliás, só para constar, a "solução final para o caso judeu", de Hitler, não era diferente.

Se nós formos agora imaginar que crimes de facções políticas extremistas podem e devem ser confundidas com as imagens dos países aos quais elas estão ligadas, seria o caso de acusarmos os alemães e a Alemanha de serem responsáveis pelos crimes perpetrados pelos nazistas no período compreendido entre 1939 e 1945. Ou então, pelo projeto da medíocre extrema direita do Brasil, que a partir de 2018, pretendia criar em nosso país um nazifascismo tupiniquim, que ele envolve todos os brasileiros e que o povo é cúmplice dos projetos megalomaníacos de um capitão expulso do Exército de nosso pais.

Não e assim. As forças armadas de Israel cometem crime de genocídio em Gaza desde outubro passado para se vingarem do ataque do Hamas feito pouco antes. E se alguém ainda acredita no discurso de Netanyahu que justifica as ações de seu governo como tendo apoio no direito internacional, deve dizer em que leis o sionismo se baseia para invadir ilegalmente a Cisjordânia e montar lá inúmeras colônias de judeus violentos que aos poucos estão massacrando as populações locais. Famílias que deixam suas casas pela manhã para trabalhar, à tarde não têm para onde voltar porque seus bens foram todos tomados.

Sim, Israel, por seus governantes atuais, comete crime de genocídio e quer eliminar os palestinos de sobre a face da terra. Não há como questionar isso. Desgraçadamente. E também desgraçadamente, sionismo é morte.              

17 de fevereiro de 2024

Dia 25, o ato final


Parece mentira, mas o genocida inelegível encontrou forças para convocar um ato para o domingo dia 25 deste mês na Avenida Paulista, icônico endereço de São Paulo (ilustração). Quantas vezes fiz esse trajeto, na maioria dos casos saindo da Rua Maestro Cardin onde moravam meus pais para a Consolação, onde iria ver algum filme no lindo Cine Belas Artes. Até hoje me recordo com saudade daqueles quase quatro quilômetros em linha reta que são historia pura. Pois mais uma vez a Paulista vai ser palco de um ato espúrio.

Esse ex-presidente pretende fazer do dia 25 os estertores de sua aventura nazifascista, na derradeira oportunidade em São Paulo onde conta com o beneplácito de um prefeito medíocre e simpatizante. Que seja preso nesse dia, logo em seguida ou antes de embarcar para lá. Dizer que vai receber seus correligionários em defesa da democracia é um escárnio. Um atentado à inteligência das pessoas mais informadas. O indivíduo que infelicitou o Brasil por quatro anos passou esse tempo todo planejando um golpe de Estado. Fez o que era possível fazer e só não teve sucesso em seu projeto porque, acredito, ficou sem o apoio da maioria dos comandantes militares com poder de decisão.

Fomos nós, a centro esquerda e a esquerda do espectro político brasileiro os responsáveis pelo fato de estarmos hoje numa democracia renascida das cinzas com a Constituição Cidadã de 1988. Se isso tivesse dependido da vontade da extrema direita brasileira estaríamos ainda agora entregues à ditadura militar que prendia ilegalmente, torturava e matava brasileiros todos os dias. Então como pode esse canalha fazer uma convocação popular em nome da defesa de uma democracia que ele tanto despreza?      

Há registros de centenas de falas do sujeitinho e nas quais ele tece loas aos chefes da ditadura militar brasileira, a elogia e diz apoiar tortura, fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, além de adotar como de seu governo o slogan "Deus, Pátria, Família", que era de Benito Mussolini e ao qual acrescentou um "liberdade" para disfarçar. E mal, porque quem gosta de ditadores, de tortura e do fechamento do Legislativo e do Judiciário sabe que, para ele, a liberdade só serve a seus capangas.

É impossível enumerar aqui os crimes praticados pelo genocida inelegível, tantos são eles e tão pequeno é o espaço ao qual me imponho nesses artigos. E quem estará a seu lado dia 25 patrocinando o ato espúrio da Avenida Paulista? Silas Malafaia, prova viva de que as chamadas "igrejas neopentecostais'" são o melhor lugar para se lavar dinheiro no Brasil de hoje. Juristas de renome dizem que só faltam detalhes para que esse pústula, representante do nazifascismo brasileiro seja preso e condenado a longa pena. Tomara esse tempo se esgote quando chegar o último domingo de fevereiro.