6 de fevereiro de 2009

Um país, dois poderes


Vira e volta e os meios de Comunicação divulgam pesquisas nas quais o Poder Legislativo surge como o menos respeitado de todos os três do Brasil. Vira e volta e partidos políticos, com seus membros, são lançados ao balde lixo da história. Ou à latrina desta mesma história. O que acontece para que esse conceito tão desprezível perdure?
Talvez o atual corregedor da Câmara dos Deputados possa descobrir isso, caso pare para pensar um pouco, recolhido a uma das suítes de seu castelo mineiro. O castelo que ele não declarou ao Imposto de Renda ou ao Legislativo, porque está em nome dos filhos.
Talvez os presidentes da Câmara e do Senado queiram perguntar isso à população no intervalo entre uma votação e outra de vantagens pecuniárias para eles próprios e seu apaniguados.
Talvez os deputados estaduais consigam alguma luz no fim do túnel, no intervalo entre uma ida e outra aos palácios dos governadores para negociar a entrega da independência de sua instituição em troca de vantagens políticas, sobretudo para as próximas eleições.
Talvez os vereadores de milhares de câmaras municipais possam ter alguma ideia se tiverem tempo para fazer o mesmo, no caso nas prefeituras em vez de nos palácios estaduais. Aqui no Espírito Santo, por exemplo, e na Capital, Vitória, a compra do legislativo municipal, trocado por cargos comissionados na Prefeitura, é chamada de "parceria".
Portanto, talvez.
Talvez um dia eles descubram que vivemos no país de dois poderes. O terceiro está à venda.

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