27 de outubro de 2013

Idosos perdem seus espaços

Secretarias estaduais e municipais, autarquias e demais órgãos públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário estão distribuindo a todo mundo cartões plastificados para seus chefes, gerentes, chefetes e apaniguados com os dizeres: "Estacionamento Vaga Especial". E os carros dessas pessoas, em número sempre crescente, são colocados nas vagas de idosos, que têm cartões específicos e retirados nas prefeituras mediante prova de idade superior a 60 anos ou de deficiência física.
No caso da Prefeitura de Vitória, no meu Espírito Santo, a pessoa pode até mesmo imprimir o formulário que deve ser preenchido e levar tudo pronto para pedir o cartão. Mas só há duas classificações claramente impressa no documento: Idoso e Deficiente. É preciso deixar claro o seguinte: no caso desses cartões das prefeituras, cujos modelos estão na foto acima, num está escrito Idoso e no outro há o símbolo do deficiente, que é um cadeirante. Nos aos quais me refiro não há nenhuma das indicações e o tamanho do documento é outro, menor.
O negócio da vaga especial cresceu tanto que não há mais idoso que encontre lugar para estacionar. Sábado último vi uma garota, 25 anos no máximo, estacionar numa vaga de idoso em frente ao Tribunal de Contas do Espírito Santo, na Enseada do Suá, retocar a maquiagem e depois sair deixando o cartão de "Estacionamento Vaga Especial" à mostra. Eram nove horas e ela não teve o menor constrangimento!
Um amigo informou que esses cartões estão sendo produzidos às centenas. O número só cresce. Não sei até onde a informação é verdadeira, mas sei que depois das oito ou nove horas, idoso algum estaciona nas vagas destinadas a eles. Elas já foram todas tomadas pelas pessoas que portam as identificações recentemente criadas. Só as vagas de deficientes físicos são poupadas. As outras, não.
E isso sem falar que o mesmo acontece em supermercados, estacionamentos rotativos de prédios comerciais, etc. Nesses últimos casos, todo mundo estaciona em todas as vagas e sem o menor pudor de colocar identificação, já que os órgãos de fiscalização não entram para fiscalizar.
É mais uma festa da mordomia brasileira. Aquela que surge de mansinho, como quem não quer nada e, quando a gente percebe, cresceu tanto que, para acabar com ela, é preciso ir à Justiça. Receita petista já com dez anos de consagrada!  

 

Nenhum comentário: