7 de outubro de 2014

A triste constatação da verdade

Um jornal de Vitória, A Gazeta, estampou hoje manchete chamando o Bolsa Família de "Bolsa Votos" Mais ou menos como a ilustração que o leitor encontra nesse texto. Em situação normal um título denúncia deveria merecer desmentido rápido por parte do Governo. Vai merecer? Não vai porque aquela afirmação, desgraçadamente, é verdadeira. Há 12 anos os governos do PT usam o Bolsa Família para conquistar voto de cabresto em todo o Brasil. Sem pudor algum.
Água Doce do Norte, constatou o jornal, tem pouco mais de 43 por cento de sua população "assistida" pelo Bolsa Família. Quase a metade de quem vive lá! Água Doce é um município pobre onde Dilma Rousseff não perde eleição alguma. Nem Lula. Nem quem eles indicarem.
Programas assistenciais são necessários num país com as carências do Brasil e onde falta dinheiro para tudo. Não falta, claro, para roubar. Mas qualquer programa assistencial tem que ser um caminho que o indivíduo trilha em direção à sua autonomia financeira. Um rito de passagem, nada mais que isso. O miserável recebe ajuda até ter um ofício, até ser inserido no mercado de trabalho e conseguir se sustentar, e à sua família, com seus próprios braços. Por seus esforços.
Não é isso o que acontece com o Bolsa Família. Ele visa principalmente eleger candidatos do PT e seus aliados e manter o atual governo no poder indefinidamente. Não há contrapartida para o rio de dinheiro dispendido mensalmente a não ser o voto em cada eleição. Ele chega a ser pedido de forma descarada: "Se nós perdermos as eleições acaba o Bolsa Família". O pobre coitado vota. O governo esgrime argumentos dizendo que esse programa, na verdade, visa a inserir as pessoas no mercado de trabalho e vem fazendo isso com grande competência. Quem acredita nesses argumentos também crê que o mensalão não existiu e que a Petrobras nunca foi tão bem de finanças quando hoje. Também crê que o próprio programa assistencial não é vítima de gatunagens várias.
O Bolsa Família tem que ser repensado. Ele não é emprego, não é profissão e não pode ter 13º salário como Marina Silva pediu num momento de alucinação eleitoreira. Só pode existir se estiver acompanhado de todo um esforço de governo no sentido de dar trabalho, dar dignidade, a quem não a tem. Só o trabalho dignifica o homem. Receber uma quase esmola, nunca.
Desgraçadamente isso não será feito caso Dilma Rousseff vença as eleições no segundo turno, presumo. Resta torcer para que Aécio Neves o faça. Esse assunto vai ser discutido até o dia da eleição sempre de forma "demoníaca" ou demagógica. Mas passada essa fase de vida marqueteira, talvez o Brasil possa viver, em breve, numa situação em que manchetes como a de hoje não existam mais.
Tomara eu não esteja vendo miragens!        

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