4 de outubro de 2006

Permissividade que mata

Vejamos: se eu não posso desligar o velocímetro do carro, não posso desligar o marcador de gasolina nem os outros equipamentos, por que um piloto pode fazer isso com o Transponder e utros equipamentos para cometer uma loucura do tamanho da cometida pelo comandante e co-piloto do Legacy que derrubou o 737-800 da Gol?
A maioria dos acidentes de aviação ocorrem em aproximação. Muitos, mais muitos pilotos mesmo, deixam desligados instrumentos importantíssimos como são os casos, por exemplo, do Transponder e do Traffic Alert and Collision Avoidance System, o TCAS, hoje presentes em qualquer avião moderno. Eles têm que ficar desligados obrigatoriamente no solo, mas são vitais para auxílio ao vôo, quando só devem ser tornados inoperantes se apresentarem defeitos que prejudiquem esse mesmo vôo.
Os instrumentos têm comandos à mão dos pilotos que podem decidir, até mesmo para fugir da ação dos radares, se os mantêm ligados ou se os desligam. E aí mora o perigo. Os regulamentos de aviação são permissivos demais. E essa permissividade, aliada à irresponsabilidade, mata muito. Sexta-feira última, matou 155.

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