29 de junho de 2007

Os favores e os rigores da lei

"Aos amigos, os favores da lei. Aos inimigos, os rigores da lei".
Esse pensamento é atribuído ao ex-senador e ex-governador do Espírito Santo, Carlos Fernando Monteiro Lindenberg. Ele falava isso sempre. Mas algumas pessoas dizem que tomou o "pensamento" emprestado de um tio seu, Jerônimo Monteiro, político e ex-presidente do Estado. Como os dois já morreram há muito tempo, fica a dúvida.
Mas é bom ler novamente o pensamento, pois traçaremos paralelos:
"Aos amigos, os favores da lei. Aos inimigos, os rigores da lei".
Um belo dia, garotões de classe média alta de Brasília tocaram fogo no índio Galdino e o mataram num banco de praça onde este dormia. Pensavam que se tratasse de um mendigo. Outro dia, garotões de classe média alta do Rio de Janeiro, espancaram cruelmente a doméstica Sirley numa parada de ônibus onde ela aguardava condução. Pensavam que era uma prostituta.
Nós estamos no Brasil, senhores. Os garotões de Brasília e os do Rio de Janeiro são os amigos. Os da nossa classe, os que vivem perto de nós. Estudam, frequentam bailes e boates.
O índio Galdino e a doméstica Sirley são indivíduos menores e que podem ser ofendidos sem problemas. Vivem longe de nós. Apenas nos servem. Eventualmente.
Já os mendigos e as prostitutas, bem, esses não contam. Não existem. Tanto que algumas pessoas se ferem ou morrem porque nossos garotos pensam que são eles.
Todos os garotões de Brasília desfrutaram dos favores da lei e hoje estão soltos. Os do Rio de Janeiro não devem se desesperar. Carlos Lindenberg sabia o que falava.
Os rigores da lei estão reservados aos filhos de Galdino e de Sirley. Eles que se cuidem!

Um comentário:

Anônimo disse...

Keep up the good work.