21 de agosto de 2008

O Judiciário e o nepotismo


A decisão do Supremo Tribunal Federal, este imponente prédio de Brasília, confere um pouco mais de dignidade à atividade pública no Brasil. Está proibido o nepotismo nos três poderes e a súmula que normatizará a decisão, uma vez editada, não dará mais campo a discussões. De uma vez por todas, políticos - sobretudo - tomarão posse apenas nos cargos e não dos cargos.
O trágico é que essa deveria ter sido uma decisão tomada pela classe política. Repousa em sono profundo no Poder Legislativo Federal o projeto de lei que tornaria norma a decisão tomada ontem pelo Judiciário. Como o Legislativo não cumpriu seu dever constitucional, outro poder fez isso por ele. E mais uma vez a classe política sai arranhada de um episódio onde poderia ser autora de ato normativo, dignificante, ético e resgatador da respeitabilidade da classe.
Enfim, é assim que se prefere.
Mas o STF precisa ficar atento. "Na calada da noite", como diria vovó, políticos sem escrúpulos tramam derrubar a norma legal que proíbe a troca de partidos como se faz a troca de cuecas. Alegando não querer ficar manietados, políticos municipais, estaduais e federais pretendem continuar tratando os partidos políticos como propriedades pessoais, como entidades a serviço de seus anseios particulares. Isso precisa ser evitado de todas as formas, com força legal.
A Democracia Representativa se sustenta, no campo político, na figura dos partidos, devendo estes serem sempre

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