12 de novembro de 2009

A política como meio


As notícias de que o Ministério Público federal vai mover ação judicial no sentido de garantir a fidelidade partidária e a de que o STF vetou a posse de quase 8 mil suplentes de vereadores antes de 2012, são muito boas. Elas representam um combate efetivo à prostituição eleitoral brasileira. Uma chaga que nos persegue já há muitos anos, sempre ganhando força.
Os políticos consideram a fidelidade partidária uma "camisa de força". Por certo, é. Afinal, para eles, o partido é um meio, não um fim. É o meio que encontram de satisfazer seus projetos pessoais e se manter no cenário político nacional sem o menor compromisso para com a causa pública. Muito pelo contrário. E sem o menor compromisso, também, para com projetos nacionais, planos de governo, ideologias ou quaisquer outros sentidos éticos dessa atividade.
A política brasileira - a regra tem exceções, felizmente - não tem ética. Não como ela é conceituada na maioria das atividades. Ao contrário, sua "ética" particular é a sobrevivência. É o próximo mandato. Por isso, por esse objetivo, qualquer coisa vale. O presidente Lula mesmo disse, recentemente, que se Judas vivesse hoje e fizesse política, Jesus teria de fazer acordo com ele. O presidente tentou mostrar porque faz esse tipo de conchavo para sobreviver e ajudar seu grupo de apoio. Mas foi econômico. Faria acordo com o diabo também, se necessário.
No Brasil, é preciso resgatar os partidos políticos. Dar-lhes dignidade. Fazer com que eles sejam uma representação política acima dos cidadãos. Sem isso nosso Poder Legislativo, em todos os três níveis, vai continuar mostrando como identidade uma triste constatação de que realmente vale a pena não investir em educação.
Um povo sem informações básicas vota em qualquer um.

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