12 de fevereiro de 2010

"Democratas" e "Progressistas"

Podemos falar o que quisermos dos Estados Unidos, e certamente o intitulado "capitalismo selvagem" vive lá mesmo. Mas uma coisa é preciso reconhecer: a estabilidade e o poder das instituições civis deles começa nas agremiações partidárias. Elas são firmes, fortes - reacionárias, é certo - e respeitadas. Ninguém lá está acima de seu partido.
Aqui ocorre o inverso. Troca-se de partido ao vai da valsa. As legendas podem ser alugadas e, quando isso não ocorre, acabam dirigidas por caciques políticos, a maioria dos quais tem apenas um interesse: jamais perder uma eleição. José Sarney talvez seja o exemplo mais candente dessa, digamos, "peculiaridade" de nossa política.
Mas a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, trouxe à tona um outro lado, talvez o mais torpe, de nossa realidade política: temos um partido que responde pelo nome de Democratas, ou DEM, caso alguém prefira, e reúne sobretudo e principalmente as viúvas da época da ditadura militar que se instalou no Brasil entre 1964 e 1985.
Aliás, esse grupo se divide em dois partidos. O outro, descendente direto da Arena, sustentáculo do regime militar, hoje se chama Partido Progressista. Não é engraçado?
Não, não é engraçado. O governador José Roberto Arruda governa com todos os vícios e defeitos aprendidos ao longo de sua "carreira". Como ele, muitos dos demais membros das duas agremiações. Seria gozado se não fosse tão trágico, termos um Democratas dessa estirpe na política brasileira. E um Progressista...
É preciso acordar, é preciso questionar. Na sua primeira noite na prisão o governador Arruda comeu pizza. Sintomático? Talvez, mas também é trágico.
Em tempo: esses dois partidos não são a única anomalia da política brasileira. Na esquerda, no PT e outros, também sobrevivem muitos canalhas. Em tempos de eleições é necessário pensar nisso. Viver com isso em mente.

Um comentário:

Anônimo disse...

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que eu linko o seu