19 de julho de 2010

Corrupção e material de construção


Ontem - 18/07/2010 - houve uma eleição no pequeno município de Apiacá, sul do Espírito Santo. Um prefeito foi cassado e houve novo pleito. Tudo correu às mil maravilhas segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Espírito Santo, desembargador Pedro Vals Feu Rosa. Ele vem comandando uma campanha no Estado que tem por objetivo que haja eleições limpas no final do ano, sobretudo com a erradicação da compra de votos.
Na véspera, esteve no 2º Simpósio de Inverno da Sociedade Capixaba de Oftalmologia, na paradisíaca Pedra Azul, para que houvesse mais uma assinatura do protocolo de intenções do Programa de Ética e Transparência Eleitoral (Prete), uma espécie de carta-compromisso pela lisura da atividade política - que já foi assinada por mais de 400 entidades civis do Espírito Santo -. Em seu breve pronunciamento quando dessa ocasião, disse publicamente algo que, só por esse motivo, reproduzo aqui:
Numa das andanças dele pelo interior, descobriu que num determinado município de parca expressão e população, cerca de R$ 1,5 milhão havia sido distribuído por um político a moradores locais. A justificativa foi de que não se tratava de suborno nem oferta de dinheiro por parte de político, mas que os munícipes haviam decidido reformar suas casas. Isso corresponde a dizer que, em um mesmo dia e hora, toda a população da cidade havia resolvido, conjuntamente, refazer suas moradias. Com "dinheiro próprio" e acabando com o estoque de material de construção do município. Não teria sobrado um prego sequer. A Polícia, claro, foi colocada a par da questão e está cuidando dela.
Nós temos, mesmo, que dar cabo à corrupção política no Brasil. Ela vem descendo desde Brasília, onde é uma instituição "venerável" e venerada, passa pelos Estados, ocupa os três poderes da República, e acaba com o material de construção de pequenos municípios brasileiros. Como esse do Espírito Santo, onde ela foi detectada pelo presidente do TRE.
Isso é uma praga. E pragas devem ser erradicadas. Ou com a ajuda da Polícia, como está acontecendo na região do R$ 1,5 milhão distribuídos para a compra de voto, ou com o gesto dessa imagem que encerra o texto: o cidadão dizendo "NÃO" à compra de votos.

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