7 de julho de 2010

Pobres "Marias Chuteiras". Pobre futebol!

Faz não muito tempo, estive no sepultamento de um ex-jogador de futebol na Grande Vitória. Lá, revi ex-jogadores, amigos do morto e meus, que não via lá se vão muitos anos. Todos já com os cabelos grisalhos, muitos deles avôs, estavam novamente unidos em torno das despedidas a um velho companheiro. Homens que foram desportistas, sonharam com a riqueza e a glória, mas conseguiram apenas carreiras comuns depois de passada a época de futebol. Nenhum era ou é desonesto, até onde se saiba. São todas pessoas dignas.
Sou jornalista, convivi com jogadores, treinadores e dirigentes, durante três décadas. Amei e amo o futebol. Erra quem pensa que esse é um meio sujo ou mais sujo que qualquer outro. É um ambiente de sonhos, de vida profissional breve, mas habitado por uma imensa maioria de pessoas honestas. Sincera e verdadeiramente.
Causa horror imaginar a situação que vivemos hoje. A moça cuja foto ilustra este texto era uma das chamadas "Maria Chuteira". Moças que se envolvem com atletas poucos sérios, metem-se em orgias e engravidam desses homens porque eles têm dinheiro. Eliza Samudio foi provavelmente morta em circunstâncias de extrema crueldade, quem sabe - há grandes suspeitas quanto a isso - por iniciativa, ordem ou orientação de um ídolo do Flamengo. Ou com a ajuda dele: Bruno não passaria de um criminoso nesse caso. Os dados que vão sendo conhecidos aos poucos deixam isso muito claro. E claro também fica que em todas as profissões humanas pode haver criminosos ou crimes. Não apenas no futebol, claro, atividade como qualquer outra.
Tenho pena de "Marias Chuteiras". E de jogador que vive de orgia em orgia, até mesmo porque essa não é a vida de desportistas ou que desportistas devam levar. O episódio de Eliza Samudio deveria nos fazer pensar. E rever valores. Definitivamente, clubes de futebol são entidades que formam ídolos, atletas em cujas biografias crianças se espelham, e é lamentável, é inconcebível que alguns deles abriguem sob contrato indivíduos capazes de cometer crimes covardes ou que se deixam fotografar, armados, ao lado de bandidos perigosos. Isso precisa ser revisto.
Meu texto não é uma crítica ao Flamengo. É um pedido geral de revisão de valores.

Apoio é imprescindível

Em grande parte dos casos, jogadores de futebol são oriundos da base da pirâmide social. Eles começam suas vidas em favelas ou periferias. Quando têm talento, é comum darem um salto social imenso em muito pouco tempo. É é terrível, pois poucos têm conhecimentos ou estrutura emocional para assimilar coisa do gênero. E os clubes, sobretudo os grandes, que detêm os contratos desses jogadores, não possuem departamentos para dar-lhes acompanhamento social, psicológico, econômico. Nada. Basta que joguem e pronto.
Mas essa realidade precisaria mudar. Ao longo dos tempos, muitos craques promissores jogaram as carreiras fora por falta de orientação, pela ausência de mão amiga. Porque não tiveram aconselhamento. Eles nasceram nas favelas, cresceram nas favelas, ficaram ricos, famosos, mas o futebol acabou e alguns voltaram aos locais de origem.
Vamos mudar a realidade atual. Deveria haver, e também por parte de ex-jogadores que ficaram famosos e hoje têm vidas estáveis, continuando vinculados ao futebol, um cuidado maior para com jovens como Neimar do Santos, por exemplo - o moço dessa foto -, que não parece ir pelo melhor caminho. Isso seria uma forma de eles serem protegidos e de também serem protegidas as instituições, que se ferem com episódios graves. O caso Bruno poderia jamais ter acontecido.
Sabemos que esse acontecimento, sobretudo pela violência, talvez seja único. Mas o consumo de drogas e o uso de doping infelizmente não são raros no futebol. E, nesse caso, atingem também e em larga escala os jogadores que não obtiveram sucesso ou estão no final da carreira, sem mais perspectivas para o futuro. Aqueles que não sentem mais os tradicionais tapinhas nas costas, tão comuns enquanto jogavam e eram paparicados.
Vamos pensar bem nisso?
Que pensem sobre isso Júnior, hoje comentarista de TV; Zico, agora dirigente, e muitos outros como Casagrande, Falcão e outros. Eles têm potencial para ajudar. Amar o futebol é proteger seus ídolos. Eles são de vidro. Quando quebram, seus cacos atingem a juventude e as crianças que têm neles um espelho para a vida futura.

Um comentário:

Anônimo disse...

MTVP - Rio de Janeiro, Capital, Na data de 09/07/2010 recebi mais uma ligação do telefone (19) 3923-3013 reguistrado no meu BINA e como já tinha recebido várias outras em outros dias e por já ter consultado, não atendi. Esse número é do interior de São Paulo e pelos relatos anteriores, trata-se de GOLPE, pois com certeza é de uma CENTRAL CLANDESTINA usando o referido número. ATENÇÃO, vamos ficar atentos a esses vigaristas, safados fdp.