14 de agosto de 2011

O bang-bang de Brasília


Nesse confuso agosto de 2011, com nuvens carregadas por sobre a economia mundial, os comentaristas políticos, econômicos e de outras especialidades espalhados pelo Brasil todo, notadamente pelos principais meios de Comunicação, dedicam-se a comentar, quase todo dia, a intransponível dificuldade que tem a presidente(a) Dilma Roussef de se relacionar com a Câmara Federal e o Senado. E os comentários são todos negativos. Mas essa é a maior virtude dela e justamente por falta de apoio, terminará por capitular.
O relacionamento de qualquer chefe de Executivo com o Legislativo, seja municipal, estadual ou federal, limita-se a um jogo de troca de favores essencialmente promíscuo: ou o Executivo dá a vereadores, deputados e senadores o que eles querem em termos de verbas parlamentares e cargos públicos, ou todas as votações de interesse dos governos ficam inviabilizadas. O interesse público, do cidadão eleitor, nem passa pela cabeça desses senhores.
Dilma visivelmente se incomoda com isso. A ser verdadeira essa minha impressão, eis aí a virtude maior dessa mineira/gaúcha - uai , tchê - com fama de durona e grossa. Ela tenta, senão eliminar, ao menos conter a vocação para casa de tolerância da totalidade dos parlamentos brasileiros. Não ter apoio de seus pares (de seu poder) e dos legislativos, ainda vá lá. Mas contar com a omissão e a crítica ácida dos meios de Comunicação, é difícil de entender. Porque são esses meios que reclamam ética, honestidade e outras virtudes ao homem público.
Li nos jornais que o ex-presidente Lula, o político mais pusilâmine de nossa história, disse a Dilma para não enfrentar o PMDB. Isso deveria ser um sinal para o inverso. Além do mais, presidente(a) tem o direito de convocar rede nacional de rádio e TV para se manifestar. Se fizer isso sempre e denunciar à opinião pública o esgoto que se esconde por debaixo das relações com o Congresso, sobretudo com suas figuras mais salafrárias, em pouco tempo Dilma fará com que todos saibam que no bang-bang de Brasília, os congressistas são o cocô do cavalo do bandido.
Acontecendo o contrário, tudo bem. Continuaremos a dar razão ao Millor Fernandes quando ele disse, certa feita, que no Brasil, homem público é o feminino de mulher pública.

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