6 de setembro de 2013

O dia de amanhã

Conta uma velha anedota que um ditador de uma republiqueta qualquer chamou sua assessoria ministerial para decidir como seria distribuído o dinheiro do país no ano vindouro. Mandou que fossem feitas estradas de péssima qualidade, hospitais piores ainda, escolas de desabar um ano depois, demais bens públicos sem qualidade alguma, tudo para economizar dinheiro porque as contas dele nos paraísos fiscais andavam abaixo de um bilhão de dólares, o que era inconcebível. Mas, antes de terminar, determinou: quero penitenciárias de alto luxo, com todo o conforto do mundo moderno, como se fossem suítes de hotéis cinco estrelas. Quem sabe tipo essa aí da foto.
Os assessores não entenderam nada e perguntaram: "Mas qual a razão disso, excelência?". "É que ninguém sabe do dia de amanhã", respondeu o ditador.
Em Brasília, celas de presídios estão em reforma. Vão ter banheiros privativos e outras comodidades mais. Diz-se que é para receber presos deficientes físicos, tadinhos. Mas a gente pode acreditar nisso da mesma forma como acreditamos que não viriam médico cubanos para o Brasil.
O processo do Mensalão está na reta final (?) e, ao que parece, vai haver gente graúda tendo que cumprir pena em penitenciária caso alguns dos ministros não voltem atrás em votos já proferidos, sabe-se lá por conta de que tipos de "reflexões". Essas pessoas não podem correr o risco de ir para celas iguais à de Natan Donadon, aquele deputado federal condenado por roubo de dinheiro público e que reclama da péssima qualidade da "xepa" servida no presídio da Papuda, em Brasília. Deve ser ruim mesmo, principalmente para quem comia tão bem com o dinheiro dos outros.
É o tal negócio: ninguém sabe do dia de amanhã!      

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