9 de julho de 2015

As velhas armas...

Dilma Rousseff tenta explicar que não cai. Que governará até o fim. Que fim?
"Eu não vou cair, eu não vou cair, isso aí é moleza. Isso aí é luta política".
Pouco antes de embarcar para a Rússia, a presidente Dilma Rousseff disse as palavras acima em tom de desabafo (?). Elas foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, dentre outros. Dilma reagia ao pronunciamento de líderes do PSDB na véspera e que falavam de impeachment. Considerando o movimento "um golpe", mesmo pensamento de 99 dentre 100 apoiadores de seu governo, ela apostava em sua permanência no poder. Como? Usando velhas armas: autorizou o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, a cooptar políticos da "base aliada" com a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalação. Afinal, para que servem 39 ministérios intocáveis, mesmo em tempos de crise financeira? Para que servem 25 mil cargos de confiança?
Vamos recuar no tempo. Durante o primeiro governo Lula o PT governou comprando votos no Congresso para fazer passarem seus projetos, não de governo mas de poder. Foi isso o que gerou o escândalo do Mensalão, que quase levou ao impeachment daquele presidente.
A tática jamais foi abandonada. Durante a campanha pela reeleição de Dilma, a distribuição indiscriminada de verbas públicas, o represamento dos preços públicos de combustíveis e outros artifícios como as "pedaladas" fiscais, a manipulação do Bolsa Família e outros recursos ilegais foram usados à socapa para que a candidata pudessem conquistar votos necessários à sua reeleição.
Conseguiu, mas vieram todos os escândalos que não poderiam surgir para que ela pudesse governar. Sobretudo e principalmente o do Petrolão, um imenso pântano de corrupção que se liga umbilicalmente a seu governo, pois a roubalheira foi patrocinada por diretores nomeados pela presidente e seu antecessor. Na chamada Operação Lava Jato abundam provas. E o BNDES, onde mais corrupção vai aparecer, sequer começou a ser investigado a fundo. Por último, só estamos falando do principal, pois a lista de escândalos de 2003 para cá é imensa. É inacreditável.
A presidente grita que ninguém pode ligá-la a corrupção. Que jamais recebeu dinheiro sujo em sua campanha. Nos dois casos, provar o contrário será fácil. Mas a base jurídica para um afastamento seu sequer necessita disso: basta a recusa, por parte do Tribunal de Contas da União, de sua prestação de contas de campanha. O dinheiro que entrou ao longo dos meses era sujo como pau de galinheiro.
E Dilma, para não cair, usa as velhas armas. Viajou deixando seu vice autorizado a prosseguir com o suborno institucional. Comprando apoios em troca do meu, do seu, do nosso dinheiro. Afinal, os 39 ministérios existem para isso. E ela não abre mão deles para conseguir equilíbrio fiscal porque sua base de apoio sustenta-se no conchavo. Na troca de apoio por dinheiro público.
Se ela não vai cair, se seu movimento de usar velhas armas vai dar certo, só o futuro dirá. E não há de ser um futuro distante. Está bem mais próximo do que se imagina.
   

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