19 de fevereiro de 2019

Bebiano, o laranjal e toda a pressa do mundo

Uma família muito unida, mas que cria um problema por dia. No mínimo!
O que Bebiano sabe sobre o "laranjal" que o PSL plantou durante as eleições do ano passado? Por que ele foi defenestrado do ministério do presidente Jair Bolsonaro depois de ser chamado de mentiroso pelo próprio presidente e um de seus filhos? Enfim, o que ele saberia? E o Queiroz, por onde anda ele?
Depois de ser exonerado o até agora o ínfimo Bebiano nada falou. Ouvi de uma pessoa apoiadora do atual governo que ele seria um "infiltrado". De onde? Seus interesses serviriam a que tipo de grupo ou grupos? Isso é tão inverossímil quanto dizer que ele teria medo de morrer depois que as candidaturas laranja da eleição de 2018 vieram a público na semana passada. Afinal, há uma diferença abissal entre os perfis do ex-ministro e o de Jean Wyllis, por exemplo.
O afastamento de Bebiano foi uma espécie de queima de arquivo preventiva, sem uso de violência. Claro, depois de ser vítima de uma tentativa de homicídio durante a campanha, tudo o que a clã Bolsonaro não pode fazer é usar os mesmos métodos com seus adversários, inimigos ou seja lá o termo que se pretenda usar. O atual presidente e seu entorno de "patriotas" é um aglomerado de medíocres. Isso fica claro a cada dia, a cada ação, a cada passo dado. E a cada vez que um dos três filhos do Jair se mete no governo para dar pitado ou para tentar atingir ou atingir alguém.
Qual será o próximo capítulo dessa novela estilo pastelão mexicano? O que se sabe com certeza é que a cada dia o preço da aprovação da reforma da Previdência fica mais alto. O governo eleito com a promessa de não lotear cargos, durante a campanha mesmo plantava laranjas para esconder gastos. E agora, querendo de todas as formas fazer passar pelo Congresso as duas principais promessas de campanha, já teve que negociar inúmeros cargos de segundo escalão. Além, é claro, verbas parlamentares que na maioria das vezes não são usadas em real interesse público, mas sim apenas para atender a currais eleitorais de deputados e senadores.
Michel Temer, para evitar que os processos aos quais responde prosperassem durante seu mandato, foi obrigado e ceder em quase tudo ao Congresso. Logicamente, às nossas custas. A situação do atual presidente é diferente mas ele não quer que fique igual. E se uma questão como a das laranjas de campanha amanhã ou depois for comprovada, a coisa ficaria preta. Por isso é preciso aprovar logo a reforma da Previdência e o pacote legal do ministro Moro. Fica caro mas o caro é barato.
Os dois pacotes já estão aleijados mas isso é o de menos. Afinal, você acreditava num novo Congresso ou no mesmo com outros nomes? O que Bebiano sabe sobre laranjas? Onde está Queiroz, o doente de última hora? Melhor correr com as coisas. Senão tudo pode desandar muito depressa. Michel Temer que o diga!

Nenhum comentário: