13 de fevereiro de 2020

Ah! Essas empregadas domésticas...

Ah! Essas empregadas domésticas não tomam jeito mesmo! É um absurdo elas ficarem indo à Disneylândia todo ano como acontecia no passado!
O governo atual parece comédia. E seria uma, caso não fosse tão ruim, tão movido a ódio como é. Mas num ponto tem características monolíticas: praticamente todo dia alguém é escalado para falar uma besteira de grandes proporções. E ultimamente a bola da vez tem sido o ministro da Economia, Paulo Guedes e que fala com trejeitos capazes de lembrar Michel Temer. Aquele que chamou os servidores públicos de parasitas. Agora investiu contra as empregadas domésticas que cometeram o desplante e o descaramento de irem à Disneylândia. Logo elas que deveriam no máximo viajar até Cachoeiro...
Lembro-me de um fato passado faz muitos anos. Uma empregada foi expulsa do elevador social de um prédio vizinho à casa onde meus pais moravam, em São Paulo porque, segundo a síndica, não sabia onde era seu lugar. E obviamente o lugar dela era no elevador de serviço. Não me recordo agora se seria mulher negra (imagino que, caso fosse, isso representaria sério agravante!).
Assusta o fato de o atual governo brasileiro nutrir tantos ódios. Pelo que eles chamam de pessoas "de esquerda" seria de esperar. Afinal, "de esquerda" são todos os que discordam do (des)governo Jair Bolsonaro no plano político. E os milhões de opositores só aumentam.
Agora fica explícito o ódio da camarilha federal nutrido contra pobres. Imagino que na visão dessa gente, a massa imensa de famélicos brasileiros é constituída por incompetentes, incapazes de vencer na vida como "as pessoas de bem". O presidente não sabe o que é justiça social. Entre um passeio e outro de moto aquática pelo Lago Paranoá ele admira as mansões de Brasília, curtindo a paisagem. "Aqui é o meu lugar", deve dizer para consigo mesmo e enquanto queima gasolina com dinheiro público.
Nessas horas ele nem pensa no assassinato do Adriano da Nóbrega, no silêncio sobre o assunto somente quebrado ontem para o discurso tipo "não tenho nada com isso" do filho Flávio, nas repetidas tentativas de regularizar de uma vez por todas o extermínio do meio ambiente, no "confinamento" dos índios, no descaso para com a Constituição, etc,etc, etc.
Um governo sem projeto que não seja o de destruir o que foi feito por todos os que o antecederam (exceção feita aos ditadores da "Revolução"), sem metas que possam ser medidas, com fixação em colocar a culpa por sua incapacidade administrativa na "esquerda" precisa mesmo escalar todos os dias um auxiliar para arrotar valentia e vomitar asneiras. Esse é seu maior projeto!
E, convenhamos, nossas empregadas domésticas continuam sem saber qual é seu lugar...

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