6 de janeiro de 2021

E nós não vemos isso...

Claudino de Jesus, médico e um velho camarada por quem tenho profundo respeito e que assessorou a última gestão municipal de Vitória, resumiu em poucas palavras os primeiros atos do novo prefeito da Capital, o delegado Pazolini que na foto aparece em campanha ao lado da vice, uma militar: "O maior desmonte já visto. Uma catástrofe. Tratorou todas as políticas públicas em curso em nome do dito "estado mínimo" e o incremento das pautas conservadoras."

O prefeito iniciou seu mandato "impondo" à Câmara textos legais que os vereadores não tiveram tempo de analisar. E nem querem. Eles sabem o que querem. Depois exonerou praticamente todos os servidores municipais de cargos comissionados. O que vem aí é a tal gente "terrivelmente evangélica", que dentre as pautas que possuem a principal é a de tentar obrigar todas as demais pessoas a pensar como elas, sobretudo no terreno religioso. Estado laico? Que se dane esse conceito tão estranho.

Pazolini não é apenas um fruto do "bolsonarismo de raiz". Que me perdoe Claudino, mas ele também é cria dos incontáveis erros políticos que a esquerda e a centro-esquerda brasileira cometem há tempos. Fabrício Gandini, do Cidadania, tinha tudo para administrar Vitória, mas o prefeito Luciano Rezende, ligado a ele, fez questão de brigar com vários setores da população da cidade, sobretudo na Praia do  Canto onde fez inimigos com arrogância e se negando a atender a pedidos ligados a ciclovias e a participar de reuniões. A vingança veio nas urnas. A mínima diferença entre Gandini e Pazolini no primeiro turno representa os votos perdidos pelo "patrono".

No plano nacional a oposição ao governo de extrema direita de Jair Bolsonaro não se fecha em torno de um nome para conquistar Senado e Câmara. Pode acabar perdendo. Da mesma forma, está há anos luz de distância de entronizar seu candidato à presidência da República, mesmo sabendo que o "capitão" não passará de 30 por cento nas urnas se enfrentar um grupo monolítico. 30 por cento são o "gado".

Pazolini venceu se mostrando um moço bom e demonizando o opositor do PT. Bolsonaro se elegeu dizendo que iria combater a corrupção e, além de louco, tenta de todas as formas esconder os atos corruptos seus e de seus familiares. Pessoas morrem de Covid-19, nosso meio ambiente queima, cargos são loteados com o Centrão e não há luz no fim do túnel.

Mas  nós, da oposição, não conseguimos ver isso.

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