2 de agosto de 2021

O desespero de Bozo


Os últimos pronunciamentos do presidente, sobretudo os ocorridos no dia de ontem, mostram não apenas um elevar de tom dos desrespeitos que ele comete todos os dias contra os opositores e as instituições da República, mas sobretudo e principalmente algo que nem ele nem seus seguidores próximos conseguem mais esconder: o desespero de quem vê seu governo e sua imagem virarem pó.

Ontem mesmo, durante os atos de apoio ao presidente, mais crimes foram cometidos contra a ordem constitucional. Além de algumas faixas pedindo "intervenção militar" e que foram retiradas das passeatas, algumas outras surgiram como, por exemplo, uma que sugeria um "tiro ao alvo" contra figuras dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (foto acima). Isso não é brincadeirinha inocente, como pode parecer: a sugestão remete à violência e pode sugerir atentados contra autoridades.

O desespero desse "Bozo da República" é claro. Só que no caso dele o resultado final de suas pantominas não é a risada que o Bozo real provocava nas pessoas. Nos momentos atuais as reações tresloucadas do chefe do Executivo deixaram de ser engraçadas para se tornarem assustadoras para quem ainda consegue ter medo desse projeto mal cheiroso e mal acabado de ditador de aldeia. Não é mais humor negro. O risco que corremos é o de os mais levianos dos representantes do "gado" realmente partirem para a prática de atos criminosos nos próximos dias ou meses.

Isso preocupa particularmente por causa da politização, sobretudo das polícias militares. Formadas por uma esmagadora maioria de membros com parco preparo emocional e constitucional, elas podem ser a semente de um estado de anarquia capaz de tentar desestabilizar o País. Particularmente não acredito que isso possa acontecer, mas o ovo da serpente tem ser destruído imediatamente. Já!

A partir de hoje, com a volta dos trabalhos nos poderes Legislativo e Judiciário, a virulência dos atos de Bolsonaro tenderá a crescer. Desesperado, ele vai tentar agredir a democracia a cada dia mais, sobretudo usando o artifício torpe de aparecer como defensor de algo no que jamais acreditou e tentando jogar sobre os ombros dos outros a reponsabilidade pela criação de um caos todo seu.

Fiquemos atentos. Nunca antes como hoje acreditei tanto na necessidade de termos um Judiciário forte e independente! 


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