11 de agosto de 2021

O fumacê da Nova República


Nem bem havia terminado o patético desfile de blindados da Marinha em frente ao Palácio do Planalto, ontem, e começaram a chover "memes" relativos àquelas tristes figuras do "exército Brancaleone" levado ao DF para deleite de um presidente sociopata capaz de acreditar que ainda mete medo em alguém. No shopping de bairro onde fui tomar café expresso, em Jardim da Penha, um casal de jovens via as imagens pela TV. Quando passou um tanque leve soltando fumaça por todos os lados (foto), e mais por trás, o rapaz abraçado à moça começou a cantar: "Ê, ê, ê, fumacê, ah, ah, ah, fumaçá..."

De uma coisa ninguém pode acusar Bolsonaro agora: de não ter ajudado o Brasil. Graças a ele o Senado fez cair a escrota Lei de Segurança Nacional (LSN), o voto impresso foi sepultado e talvez vários vetos presidenciais feitos para proteger poderosos e perseguir quem não tem poder algum caiam também. Sem ele, seu obscurantismo e o gado que o segue ditando diretrizes medievais, isso não ocorreria agora.

É triste ver no que o Brasil está se tornando. O jornal "The Guardian" nos identificou como uma "república de bananas". Pior: não passamos disso. Um conhecido meu com parentes nos EUA disse que a pessoa que vive hoje lá foi questionada, pois os norte-americanos amigos dela não queriam acreditar que as forças armadas brasileiras fossem "aquilo". Piadas se sucedem como praga. Nossos tanques vão acabar com a dengue no Brasil e, por causa da alta dos combustíveis, agora usam lenha para andar... 

Mas o pior é ver o comportamento de grande parte de nossos deputados federais e senadores ligados ao bolsonarismo, oficial ou oficiosamente. Sustentam as teses malucas de seu mitômano como se fossem verdades absolutas. Ou então, e estou disposto a acreditar mais nisso, capazes de levá-los à reeleição mesmo que tal "vitória" custe caro a todos os demais brasileiros. A urna eletrônica que os elegeu é totalmente segura - eles sabem muito bem disso -, mas o que importa nesse momento de grandes incertezas é ver alguma luz no fim do túnel de nossa pobre realidade atual.

Tomara seja ela o farol do trem que vai passar por cima deles! 

 

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