5 de outubro de 2021

O simulacro de presidente

É preciso acreditar que no futuro o Brasil olhará para trás e verá no atual governo, do cidadão Bolsonaro, uma coisa difícil de ser explicada. Um passo fora da curva dado por parte sociedade que de repente acordou com raiva e um partido político, o PT, e de um ex-presidente, Lula, e para afastar seus dois inimigos elegeu um psicopata extremamente perigoso como presidente da República. Um inconsequente capaz de protagonizar a imagem dessa crônica: colocar sobre os ombros uma criança pequena, vestida com farda militar e armada com um simulacro de fuzil. Nada mais absurdo!

Um presidente sempre serve de exemplo para uma imensa quantidade de pessoas que veem nele a imagem do certo, da verdade, ainda que de momento. Esse presidente faz isso. Quem vestiu farda no menino e deu-lhe o simulacro de arma para posar nos ombros do chefe do Executivo assimilou seu triste discurso a favor das armas da "população". Na verdade ele quer armar os donos de áreas rurais, milicianos, outros correligionários e pessoas que numa situação de convulsão social iriam às ruas para tentar um golpe de Estado. Como as corporações policiais e policiais militares, por exemplo.

Essa não é a primeira vez que esse indivíduo comete tal tipo de crime. Em ocasião anterior, tirou a mascara de proteção anti-Covid-19 de outra criança cujos (ir)responsáveis levaram a ato de campanha política fora do tempo legal. Mas hoje seus desatinos somados levaram a ONU a reagir e protestar contra essa patifaria. O presidente deveria se preocupar com a quantidade de reações que ele já acumula, inclusive no plano internacional. Isso pode custar caro. Tanto aqui no Brasil quanto fora dele.

É estranha a sensação de impunidade do presidente. Seus seguidores e assessores mais diretos podem fazer o que quiserem e nada lhes acontece. Para os que se opõem valem as leis mais duras. Ontem mesmo um alto comandante militar instaurou inquérito contra militares filiados ao PT. Ora, trata-se de um partido político legal, de vida pública. E os militares podem se filiar a ele, sim.

O que sustenta Bolsonaro hoje é principalmente o fisiologismo e necessidade de sobrevivência de parte da classe política. Para manter esse apoio que nasce no presidente da Câmara Federal o presidente torra dinheiro do contribuinte numa farra de gastos que nasce em orçamentos secretos e desagua com força nas "offshores" somente agora sendo denunciadas. E enquanto isso acontece a oposição digladia, lutam uns contra os outros por projetos pessoais e não de país. Dessa forma podem acabar dando ao psicopata um segundo mandato que hoje é improvável.

Questão de escolha!
     

Nenhum comentário: