2 de dezembro de 2022

Como se não houvesse amanhã


No dia 1° de janeiro, quando tomar posse na presidência da República o presidente Luís Inácio Lula da Silva encontrará um Brasil devastado para gerenciar. E mesmo hoje, ao comando de uma equipe de transição, já tem a exata noção disso. O Ministério da Saúde, um dos mais destruídos, chegou ao cúmulo de negar à próxima administração o direito de conhecer dados e fatos, sobretudo os ligados à vacinação dos brasileiros. Bolsonaro governa o seu final de tragédia como se não houvesse amanhã!

O Brasil está terminando de ser desmontado. Caiu 24 posições no ranking dos países que conseguem reter seus talentos (do 45° para o 69º lugar); as universidades públicas foram devastadas e talvez mais do que os nossos biomas tão caros e frondosos; o valor destinado à produção de conhecimento cai a cada ano que passa: 40,7 bilhões em 2014, 20,7 bilhões em 2022 e previsão de 17,1 bilhões em 2023; não há mais dinheiro para o Ibama conter grilagens e invasão de terras indígenas, para citarmos somente dois casos; o garimpo ilegal nunca floresceu tanto; até mesmo as polícias estão sem poder manter veículos em funcionamento.

E o presidente, no Palácio da Alvorada (foto), não vai à reunião do Mercosul e passa os dias pensando no que pode fazer para tornar ainda mais pedregoso o solo onde Lula vai pisar. Mas existe amanhã!

Ele assumiu o poder em 2018 com o plano de reagir a qualquer insubordinação às suas ordens com um golpe de Estado. Previa isso, mas deu com os burros n'água. Em determinado momento chegou a dizer que interviria no Supremo Tribunal Federal e teve que recuar diante de conselhos contra essa aventura insana. Depois de perder a reeleição, voltou-se às forças armadas para tentar estuprar a democracia. Só que a aventura foi recusada por todos ou, ao menos, pelos de mais juízo. Ele jamais acreditou no Estado Democrático e de Direito porque todos os seus ídolos são ou foram fascistas ou ditadores e esses só têm apreço pelo totalitarismo. Falar de liberdade para esse homúnculo é mera falácia.

Mas existe amanhã. E o do indivíduo recluso no Palácio da Alvorada onde passa dos dias a imaginar  como destruir ainda mais devem ser os processos, as condenações e a prisão. Que, por sinal, merece.                  

Um comentário:

Anônimo disse...

Triste fala para um triste governante!
Pobre povo que sofre com tantos desmandos!
Os desvalidos da sorte, os miseráveis de fome e do saber clamam por misericórdia.