7 de janeiro de 2023

Lula e o "mercado"


Desde antes da posse como novo presidente do Brasil Lula teve que lidar com os maus bofes do "mercado", aí entendidos os diversos setores onde se aglutina o capital do Brasil, tanto o que já está aqui quanto o que pode vir a ser aplicado. E é interessante porque o mau humor não foi notado durante o governo anterior, embora o chefe de Estado tenha dado vários motivos para tanto. Furou teto de gastos várias vezes, trocou inúmeros ministros por outros que atenderiam suas ordens sem questionar, fez uma farra de gastos impressionante, ameaçou de forma clara e inequívoca dar um golpe de Estado no país, além de entregar um Palácio do Planalto com todas as portas internas trancadas e sem chaves e o Palácio da Alvorada com interior quase destruído, o que inspirou a charge que ilustra esse texto.

O nosso mercado é ideológico.

O ministro da Marinha anterior ao atual se recusou a participar da passagem do cargo para não prestar continência ao presidente. Isso é insubordinação, mas não houve nada contra ele. Nem agora nem quando das ameaças de Bolsonaro de romper com o Estado Democrático e de Direito. E isso não aconteceu em homenagem ao espírito legalista de nossas forças armadas, porque elas nunca o foram. Sempre tiveram um pé no golpismo e ele só não aconteceu depois de 30 de outubro porque a maioria dos oficiais superiores teve receio de as coisas darem errado, sobretudo e principalmente por dois motivos: internamente a reação contrária seria forte e externamente o Brasil ficaria muito mais isolado do que sempre esteve de quatro anos para cá. As FFAA não têm vocação para o heroísmo de fachada.

As nossas forças armadas são ideológicas.

Por isso o presidente Lula deve governar seguindo sua cartilha, apesar de em alguns pontos ela não parecer muito eficiente. Deve prosseguir com sua "opção preferencial pelos pobres", mesmo enfrentando os maus bofes dos donos do dinheiro, mas com o olho aberto para a necessidade de termos uma âncora fiscal que impeça o Brasil de gastar mais do que arrecada. Isso é vital para a governança.

E antes que eu me esqueça: vai ser preciso defenestrar a ministra do Turismo. Ela é uma bomba relógio que pode explodir e fazer um estrago imenso ao governo logo no seu início.    

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom seus comentários. São claros e por isto de fácil entendimento mesmo quando o discurso é sério e a situação do País é preocupante.
Parabéns!
Informações precisas.