12 de janeiro de 2024

O genocídio palestino existe


A imprensa nacional brasileira está toda voltada contra a posição da nossa chancelaria, que apoiou a denúncia da África do Sul contra Israel, acusado de genocídio do povo palestino na guerra que se desenrola desde o início de outubro último. Para a maioria dos meios de comunicação controlados pela elite nacional, a posição do Brasil quebra uma tradição de neutralidade e "equilíbrio" nas questões internacionais. E mais: não podemos mais ser interlocutores em conflitos entre países. Será?

Se recuarmos a 18, 19 e 20 de setembro de 1982 estaremos diante de um fato incrível: a milícia maronita libanesa de Elie Hobeika invadiu os campos de refugiados de Sabra e Chatilla e matou mais de 2.400 palestinos libaneses indefesos. Para fazer isso, contou com a ajuda do exército de Israel que cercou os campos impedindo que as pessoas que seriam mortas, na sua maioria mulheres, velhos e crianças, pudessem fugir. Esses fatos se deram logo depois de o líder libanês Bashir Gemayel ser assassinado num atentado a bomba no Líbano. Diretamente envolvido no massacre, Israel foi acusado de genocídio pela primeira vez na ONU. Mas ficou impune graças ao direito de veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança.

Desde sua criação em 1948, Israel só fez expandir ilegalmente suas fronteiras com a ajuda da extrema direita judaica que acredita serem os judeus donos de toda a região da "Grande Israel". E o país foi crescendo sobre milhares e milhares de cadáveres. Quando da criação do Estado judeu a ONU recomendou - mas não determinou - que a Palestina também fosse criada. No desenho original as terras dadas aos judeus à revelia da vontade dos povos que moravam na região já eram muito maiores do que as que ficariam com os palestinos, moradores seculares das terras e muito mais numerosos. E os governos que se sucederam em Israel, afora o comandado por Menachem Begin, jamais tiveram a intenção de reconhecer a Palestina e conviver com ela em dois estados soberanos.

A história é longa, mas vamos reduzir: desde há décadas os judeus babam de vontade de tomar para si a Cisjordânia. De uns tempos para cá, de modo desavergonhado, foram ocupando a região aos poucos de forma ilegal e enviando colonos para lá. Muitos palestinos chegaram em casa e descobriram que ela não era mais sua. Família judaicas estavam instaladas nos lugares tomados à força. Quando as nações que lutam pela legalidade nas relações internacionais vão denunciar esses crimes?

Isso justifica o ataque do dia 07 de outubro? Não, mas o explica. Muitos movimentos palestinos, sobretudo o Hamas que é sunita, se recusam a aceitar a agressão. E promovem outra ainda maior. Esse movimento é chamado de terrorista pela mídia ocidental. Nas grandes corporações jornalísticas, sobretudo do Brasil, repórteres, editores e comentaristas têm que usar o termo "terrorismo" ao se referirem a atos de Hamas. Mesmo se discordarem. Mas Israel jamais é alvo da mesma classificação, apesar de suas ações atuais tirarem a vida de milhares de crianças palestinas, como as da foto. O estado judeu, não obstante, se tornou um estado terrorista e o que acontece em Gaza é mesmo genocídio.

A posição do Brasil está correta! 

3 comentários:

Anônimo disse...

Álvaro José gostei do seu comentário judeus/ palestinos .parabéns pelo blog

Anônimo disse...

É uma triste realidade, e quanto todos buscam explicar o inexplicável. A humano é sofre sempre. Justiça, menos sede de poder é o que falta.

Anônimo disse...

Certíssima, a meu ver, essa posição adotada pelo governo brasileiro. Não deixam dúvidas as horríveis imagens que chegam para todos . Um holocausto contra o povo palestino( MT)