23 de abril de 2024

A política que eles fazem


Alguns se assustam com o fato de o atual governo estar perdendo prestígio junto à população brasileira de modo geral. Não é para assustar. Esse é o resultado da política que eles fazem em confronto com o que se tenta fazer hoje na luta pela reconstrução do Brasil vilipendiado durante quatro anos pelo movimento de extrema direita intitulado "bolsonarismo", e que se instalou no país na calda de cometa do episódio pouco explicado da tentativa morte do então candidato a presidente durante a campanha política.

O ex-presidente não conseguiu se reeleger, mas deixou a reação plantada em solo muito fértil. Legou a seus seguidores um Congresso que é em parte sua cara e defensor incondicional de seus projetos, uma classe média ainda mais reacionária e de garras afiadas, um setor chamado evangélico com pretensões de poder, uma base policial e militar capaz de conspirar a céu aberto e seguidores hoje colocados à frente do poder estadual de algumas das unidades mais importantes do Brasil. Não seria preciso mais do que isso...

Mas a essa reação instalada se soma a inegável capacidade que a reação tem de controlar as chamadas redes sociais e fazer com que elas divulguem todos os dias um número incontável de mensagens mentirosas, torpes, capazes de construir falsas realidades, destruir as que temos e monitorar sem parar um só segundo o rebanho de gado que distribui esse projeto de poder via narrativas de laboratório. De vez em quando um dos milhares de membros do gado reacionário da extrema direita se equivoca e envia os posts muares para endereços errados. Erros às vezes hilários, às vezes lamentáveis...

O que fazer contra isso? Não entrar no jogo, não descer ao nível deles e entender que agem explorando a ignorância popular - vejam os novos evangélicos! - e incitando o ódio instalado em parcelas pouco instruídas da população brasileira, sobretudo na classe média que sonha escalar a montanha da riqueza com a ajuda de um messias qualquer que seja capaz de alimentar esse delírio muito parecido com o que mostram os pastores das "confissões" cheias de vontade de abarrotar seus cofres de dinheiro dos dízimos.

Saber também que isso tudo vai passar. Basta àqueles que combatem o reacionarismo entenderem que combatem o bom combate. Mas que nessa luta não se pode errar muito, nem ao menos falando o que não se deve em hora errada. Acertem na mosca! E nos vermes!                      

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