25 de julho de 2024

Maduronaro


Todo ditador de aldeia é um projeto pronto e acabado!

Quando o presidente Lula recebeu Nicolas Maduro (na foto, cheio de medalhas) com todas as honras e todas as pompas em Brasília logo no início de seu mandato, estava cometendo um ato temerário naquele 29 de maio de 2023, na reunião da Unasul. Afora ele, poucas pessoas acreditavam que um democrata perseguido pelo "Império" e pelo anterior governo brasileiro estivesse recebendo tantas honrarias naquele dia. O gesto foi tão exagerado que até o presidente socialista do Chile, Gabriel Boric, protestou pelo fato de os demais presidentes terem sido recepcionados de maneira diferente e diplomaticamente inferior. O tempo passou e agora Lula, mesmo sendo teimoso como uma rocha, deve estar avaliando melhor seu engano.

Bolsonaro foi quem rompeu relações diplomáticas com a Venezuela e entregou a embaixada daquele país à representante de um "governo" títere. Durante seus quatro anos no Palácio do Planalto tratou os representantes de outros governos como amigos ou inimigos. "Aos amigos, os favores. Aos inimigos a lei", como disse Nicolau Maquiavel. E assim ele agiu embora, como creio, pouco tenha ouvido falar no florentino autor de "O Príncipe", sua principal obra de referência e escrita em 1512. No governo passado, o ex-presidente brasileiro tratava com desprezo todos os que discordavam dele. E os atacava de forma feroz.

Em sentido oposto, milhares de milhas ideologicamente distantes, Bolsonaro e Maduro são farinha do mesmo saco. Unidos formariam o Maduronaro!

Talvez Lula, que ao ser empossado presidente disse gostar de ouvir criticas em vez de elogios baratos, esteja considerando essas que chovem de todos os cantos hoje. É preciso dar ao projeto do ditador venezuelano a distância regulamentar e de segurança que se dá a todos aqueles defensores da cartilha do banho de sangue depois de eleições. A vida em democracia não pode ser como imaginava Augusto Pinochet, não pode incluir no projeto a tomada do Capitólio e nem uma invasão dos poderes da República em Brasília após uma eleição perdida. Um projeto de governo jamais deve ser emporcalhado por tão pouco.

No G20 o presidente do Brasil tem sido aplaudido de pé. A luta contra a fome é meritória e oportuna. Muitas das medidas econômicas tomadas por esse governo brasileiro são providenciais nos dias de hoje, mesmo dividindo o PT e desgastando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Universidades, vacinas e o triunfo da ciência sobre a imbecilidade, além de outras coisas, precisavam mesmo acontecer no nosso país. Então por que perder tempo com um projeto de ditador de aldeia sul-americano, se o nosso que ameaçava os horizontes brasileiros está, creio, definitivamente fora do jogo?

Vamos em frente! Ainda há muito por fazer. 

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