11 de julho de 2025

Homens comuns ontem e hoje


Quem tem Netflix em casa pode acessar um documentário chamado "Homens Comuns: Assassinos do Holocausto", que vale a pena ser visto embora doa muito no coração. Ele conta a história de como pessoas "normais", que tinham uma vida comum na Alemanha hitlerista da década de 1930 de repende se tornaram assassinos em série, matando milhares de judeus no curso da II Guerra Mundial. Há nesse documetário um momento sombrio, quando um dos assasinos diz porque matava crianças: ou elas não sobreviveriam sozinhas ou, caso isso acontecesse, se tornariam adultas e matariam alemães como vingança.

Parei o filme, respirei fundo e me veio à mente a imagem de israelenses atuais dizendo que não há inocentes em Gaza e que se as crianças palestinas crescerem e se tornarem adultas, entrarão depois para o Hamas e matarão judeus. Eis o nazismo revivido!

Em Israel, desde cedo os jovens são "educados" para odiar palestinos. Para dizer que eles não são um povo, não têm uma identidade cultural e que, portanto, podem e devem ser expulsos ou mortos de todas a regiões onde, por "direito divino", deve ficar situada a "Grande Israel". Dessa forma os israelenses garantem que mesmo se Benjamin Netanyahu e seus cúmplices forem sacados do governo, a possibilidade de entrar um grupo pró Palestina no comando do país é extremamente remota. Israel continuará sendo uma nação anti solução de dois estados e apoiadora do extermínio em Gaza que essa foto acima mostra.

Algumas pessoas ficaram chocadas ao verem pela TV Bibi Netanyahu entregar ao presidente norte-americano Donald Trump, durante um jantar na Casa Branca, o documento que seu governo endereçou ao Comité Norueguês do Nobel pedindo o próximo Prêmio da Paz para o anfitrião daquele momento. É chocante? É, mas faz parte do espetáculo que vem sendo encenado há séculos. Agora mesmo milhões morrem na África por causas parecidas.

Da mesma forma que os nazistas entre 1933 e 1945 em relação aos judeus, Israel nos dias de hoje em relação aos palestinos e de que qualquer outro grupamento humano mais vier a surgir em tempos presentes ou futuros das catacumbas do pensamento humano para provocar novos genocídios, Trump também é um projeto pronto e acabado de sociopata criminoso, extremamente perigoso, voltado para a destuição de seus semelhantes e colocado ao comando da maior máquina de guerra dos tempos modernos, pronto para apertar o gatilho.

Da mesma forma que Bibi quer tirar os palestinos de sobre a face da terra, Trump inventa tarifas sobre tarifas para exercer seu poder absoluto de tirano de aldeia sobre o restante do mundo. E isso envolve, como não poderia deixar de ser, um apoio incondicional ao sociopata menor, Jair Messias Bolsonaro, que está sendo "perseguido" no Brasil que vai enquadrar as big techs e só porque teve o desplante e o descaramento de tentar um golpe de Estado em 2023 como se ainda estivéssemos no 1964 de suas saudades. Fracassou!

Se o Brasil quer continuar sendo um país independente, soberano, com Constituição em vigor e leis das quais todos somos súditos independentemente de sermos uma pessoa ou um grupo delas, ele não pode aceitar isso. Tem que lutar contra as taxas de Trump porque representam para o Brasil uma capitulação inaceitável sem crime cometido e no exercício sagrado de nossa soberania como Estado. Da mesma forma que, entre 1933 e 1945 foi preciso enfrentar os homens normais levados aos extremos da irracionalidade pelo nazismo, agora se impõe a nós enfrentarmos os novos extremistras e seus discursos de ódio com rezas a pneus, acampamentos em quartéis militares, chamados a extraterrestes ou seja lá o que mais vier a surgir, com todas as nossas forças. O mundo deve resistir à extrema direita.

Já passou da hora de as big techs serem enquadradas e Bolsonaro ir para a prisão.

Viva a Palestina!                             

6 de julho de 2025

Bandeiras de ocasião


Os últimos dias foram marcados por intenso tiroteio entre o governo federal e todas as forças brasileiras de oposição. Sobretudo e principalmente porque ao que parece os seguidores da situação entenderam que para vencer os opositores era necessário atuar nas mesmas frentes deles: as redes sociais e atacando os famosos calcanhares de Aquiles da extrema direita brasileira. Parece que está dando certo, principalmente porque os grandes meios de comunicação, incomodados com a virada de mesa, já gritam que o Congresso deve ser preservado nessa batalha pela opinião pública. Os grandes meios de comunicação sabem perfeitamente de que lado estão. Sempre souberam.

Personagens criados por inteligência artificial como "Hugo não se importa" e outros estão provocando polvorosa porque são portadores de uma verdade que as classes dominantes não querem ver denunciada. Ainda é cedo para a gente saber se essa forma de contestação, a do nós contra eles, é a ideal ou não. Mas incomoda.  E durante quatro anos os seguidores de Bolsonaro usaram a mesma fórmula contra a sua oposição sem que os que se imaginam controoladores da opinião pública reagissem dessa forma.    
 
Ocorre que se o  Congresso é hoje formado por uma imensa maioria de apoiadores do grande capital encastelado no meio rural, indústria, comércio e mercado financeiro onde ficam os mais diversos tipos de aventureiros do dinheiro além de falsos pastores religiosos, isso ocorre porque eles são eleitos. E se é a população quem os coloca lá, resta saber porque esse esforço da esquerda mais lúcida no sentido de orientar o cidadão comum não é uma bandeira de todos os dias na luta pela conquista do apoio popular e não um esforço de ocasião para a hora do desespero. Não parece lógico?

Ontem mesmo, enquanto vivia sem meu blog que não me permitia postar, conversava com amigos jornalistas como eu sobre a oposição brasileira de extrema direita do Congresso. E falamos durante algum tempo sobre o indivíduo Nikolas Ferreira, um deputado federal oco de ideias construtivas em torno do assunto Brasil, mas rico em conhecimento de redes sociais a ponto de isso lhe permitir usar o Congresso em benefício próprio, atacando e fugindo do plenário logo em seguida para postar seus ataques onde estão os seguidores de suas "ideias" porque assim ele pode vender a imagem do que não é: um debatedor.

Esse sujeito é como diversos outros que hoje habitam o Poder Legislativo Federal: desertos em ideias edificantes, mas cheios de vontade de destruir. Como o capixaba Evair de Mello, que se notabiliza por agredir sem piedade a ministra Marina Silva porque sabe que, assim agindo, se matém em evidencia junto ao eleitorado capixaba sem conteúdo, esse que o elege juntamente com o senador Marcos do Val, o outro deputado Gilvan da Federal e um longo séquito de aventureiros capazes de destruir o Brasil se nós deixarmos. É preciso explicar diariamente ao eleitor porque essa gente é contra rico pagar impostos e classe média ficar isenta de imposto de renda até R$ 5 mil mensais, passando-se a conta aos que ganham muito mais, milhares mais mas não querem pagar nada.

E é preciso fazer isso como uma mensagem de verdade social e não bandeira de ocasião.