9 de outubro de 2007

O guerrilheiro visionário


Praticamente tudo o que poderia ser dito como elogio à respeito de Ernesto Che Guevara, que aí aparece na célebre foto de Alberto Korda, já foi falado. Do revolucionário, ficam as razões de sua morte.

Che acreditava num equívoco chamado "Teoria do Foquismo". Isso queria dizer o seguinte: se um grupo pretendesse vencer uma revolução e tomar o poder num determinado país, bastava a ele criar um foco guerrilheiro. Esse foco cresceria, se tornaria uma onda, em seguida um vagalhão e ocuparia tudo. O exemplo era a revolução cubana.

Mas a teoria era errada. Em Cuba o foco guerrilheiro tomou o poder porque ele estava nas mãos de uma ditadura tão corrupta que bastaria um sopro. Mas não era nisso que Che acreditava. Pelo foquismo ele lutou na África e na América. Estava na Bolívia tentando criar um foco guerrilheiro que se transformasse em vagalhão quando foi morto, sumariamente executado, em 08 de outubro de 1967. Com ele foi sepultada a "Teoria do Foquismo".

Por ela morreram muitos outros. Inclusive brasileiros, levados a lutar em focos como a Guerrilha do Araguaia, seduzidos pelo mesmo canto. Muito sangue correu. E as lutas terminaram todas em derrotas e em repressões sangrentas também no Uruguai, Argentina, Chile e outros países.

Os visionários às vezes cometem erros graves. No caso do Che, honestamente falando.

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