3 de outubro de 2007

Saudades de Matheus


Quantas vezes fez-se piada do velho Vicente Matheus. Em algumas ocasiões ele havia falado mesmo as impropriedades - e falou muitas - mas na maioria, não. Dirigia o Corinthians como se aquilo fosse a coisa mais importante da vida. E para ele era.

Hoje, dez anos depois de sua morte, acompanhando à distância a promiscuidade em que se transformou o clube de maior torcida de São Paulo, só é possível sentir saudades de Matheus. Nesta foto acima, por exemplo, ele se realiza: segura um troféu de campeão de seu clube.

De onde saiu aquele Roberto Dualib? Como pode um presidente de clube, que se diz apaixonado por ele, falar em lavagem de dinheiro, em roubo de títulos esportivos, nas coisas mais promíscuas dos subterrâneos do futebol? De onde saiu essa gente, de que porão brasiliense, e como foi possível chegar ao futebol e tomar alguns dos maiores clubes do Brasil. Sim, porque o Corinthians não é a única vítima. E uma investigação séria mostrará isso.

Precisamos descer a esse porão. Limpar tudo, varrer aqueles que se aproveitam do futebol - das federações e da CBF também - para enriquecer ilicitamente.

Lembro-me de uma história hilariante. Candidato à presidência do Corinthians, o velho Matheus fez um improviso na sede corintiana, nos dias de vésperas de eleição: "Espero que os corinthianos compareçam para naufragar nas urnas o meu nome."

Dez anos após sua morte quem naufraga é o Corinthians.

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