12 de fevereiro de 2008

Furando poços...


"Revestimento de chapa metálica (como aço ou outra liga resistente) us. para proteger, contra progéteis, veículos e engenhos de combate, navios, carros fortes, etc."

Se o leitor folhear o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, vai encontrar essa como sendo a primeira definição de "blindagem", termo muito usado por nós no passado e no presente. Mas que agora ganhou outro sentido, sobretudo em Brasília. Tem significado dizer que altas autoridades da República, sobretudo o Presidente, não podem ser investigadas, ter atos espúrios tornados públicos, embora todos esses atos sejam praticados com o nosso dinheiro, proveniente de impostos que pagamos e sempre aumentam.

Pelo menos essa foi a decisão tomada em Brasília, no Congresso, para a formação da CPI que pretende investigar (sic!) o uso indevido dos chamados Cartões Corporativos. Os senhores deputados federais e senadores assim agiram, ao mesmo tempo em que autoridades federais corriam para distribuir cargos de segundo escalão, principalmente do Ministério das Minas e Energia, àqueles que se dizem, por direito, detentores dessas cadeiras.

Quando o deputado federal Severino Cavalcanti, de "saudosa" memória, era presidente do Congresso Nacional, ele disse que queria, como sua, para uso de aliados políticos, uma das diretorias da Petrobrás. "Aquela que fura poço ", explicou candidamente, referindo-se a um dos cargos onde maior é a disponibilidade de dinheiro.

Assim como ratos, no sentido literal, adoram queijo, "ratos" não vivem longe de verbas públicas, cartões corporativos, cargos "ilustres" e outros. Às vezes ocorre que, em certas ocasiões e circunstâncias, a política é a única modalidade de prostituição regulamentada no Brasil. E dizer que nas décadas de 70 e 80, quando surgiu na política um metalúrgico jurando dar nova cara a essa atividade (olha ele aí acima, gente!) milhares acreditaram...

Ironias da vida nacional.

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