17 de março de 2011

O tsunami das ações humanas


Os geólogos e outros estudiosos são unânimes em dizer que a tragédia do Japão é um fenômeno natural e aconteceria mesmo que vivêssemos em um paraíso. A crosta terrestre executa movimentos de acomodação entre as placas tectônicas, e estas liberam enorme quantidade de energia que, por sua vez, converte-se em terremotos, tsunamis e suas consequências.
Mas as chuvas que destroem o Brasil e outras regiões do mundo, da mesma forma que os longos períodos de estiagem, não são. Estes, constituem-se no fruto da ação humana sobre a natureza. Nunca antes na história desse planeta ele foi tão destruído. Tão maltratado. Tão vilipendiado. Somos nós, os chamados animais racionais, o maior terremoto, o maior tsunami a ameaçar a terra. E ainda não conhecemos, senão em parte, os resultados de tanta irresponsabilidade.
Os líderes mundiais, sobretudo dos países mais poluidores, justificam a destruição da camada de ozônio, apenas uma das tragédias modernas, como sendo necessária à sustentação de suas economias. Há a necessidade de queima de combustíveis fósseis e ponto final. O Brasil, que não polui tanto por essa via, queima florestas com uma velocidade que dificulta até mesmo o acompanhamento da rapina via satélite. Acaba com a natureza e ainda ataca com ferocidade a camada de gases que deveriam nos proteger contra radiações.
Onde vamos parar?
Na foto deste texto está um trecho de uma cidade do Espírito Santo. Nos noticiários da TV's, o medo estampado no rosto das pessoas que, de uma hora para a outra, descobrem que não têm mais nada. Perderam tudo o que haviam acumulado ao longo de suas vidas.
É uma tragédia quase tão grande quanto a japonesa. Com a diferença de que, na Ásia, toda a destruição é resultado de um fenômeno sobre o qual o homem não tem controle. E nem terá. Nos demais, a destruição é fruto de nossas ações. Teríamos controle sobre ela se quiséssemos. Mas como o importante supostamente é preservar a economia, estamos destruindo o futuro de nossos netos. E talvez não tenhamos como recuperar o que já foi perdido.
Que pena!

Nenhum comentário: