6 de abril de 2011

O falso maniqueísmo

De alguns dias para cá dois personagens pequenos ingressaram para praticamente não sair dos noticiários jornalísticos e dos comentários de gente inteligente e importante: os deputados Tiririca e Jair Bolsonaro. E em ambos os casos por atitudes pífias ou agressivas. Tacanhas, enfim.
Tiririca contratou, por cerca de R$ 8 mil mensais de dinheiro público, dois palhaços que vão "trabalhar" para ele em São Paulo dando "ideias". A justificativa é serem gente de confiança e que trabalharam na campanha do palhaço-chefe. Aliás, essa é uma prática que está se disseminando no Legislativo brasileiro, em todos os níveis: vereadores, deputados estaduais, federais e senadores agora pagam cabos-eleitorais com dinheiro público. Quando se elegem, empregam-nos em seus gabinetes ou os distribuem pelos diversos departamentos legislativos. Isso torna mais fácil a distribuição de "santinhos", por exemplo: "Dê duro, meu filho. Se o titio ganhar a eleição você vai trabalhar nos serviços gerais".
Bolsonaro dirigiu sua metralhadora rotativa contra gays, negros e comunistas. Sua última aparição foi uma entrevista ao programa CQC e na qual ele classifica a cantora Preta Gil de promíscua. Depois disse que se enganou. Referia-se a gays e não a negros.
Vamos concordar numa coisa: de todo imbecil só se pode esperar imbecilidades. É perder tempo e gastar neurônios desenvolver teses sobre fascismo do bem e fascismo do mal ou sobre o direito de analfabetos poderem exercer mandatos legislativos federais. Nós elegemos os nossos idiotas, as caricaturas de nós mesmos, e temos que depois enfrentar seus desmandos. Suas tacanhices.
Maniqueísmos não justificam Jair Bolsonaro. Ele não se insere nem em fascismo do bem nem do mal, pois nem fascista ele sabe que é. É apenas um pobre diabo que se sustenta na política graças à desinformação do eleitor. Ele é o Tiririca da extrema direita. Tão burro quanto. O princípio da eterna luta do bem contra o mal, do bom contra o ruim, não o explica.
E são nossos representantes, todos os dois e mais alguns.
Azar o nosso.

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