26 de dezembro de 2012

O ano do "pibão"?

2012 está terminando tal qual começou. E não podemos dizer que, apesar de todos os indícios, temos motivos para imaginar um ano novo mais feliz, mais limpo que o atual.
Em uma de suas últimas entrevistas dadas, como sempre de passagem, a presidente Dilma Roussef prometeu aos brasileiros um "pibão". Ela quer dizer um PIB grande, daqueles capazes de fazer a alegria do povo e a felicidade geral da Nação. Mas os indícios não são nada bons. A começar pelo fato de que os aposentados,  pelo segundo ano seguido, vão receber um reajuste abaixo da inflação. Vão perder poder aquisitivo. Um pouco acima desta inflação recebem os que ganham salário mínimo. Pelo visto, em algumas décadas todos estarão nivelados por esse mínimo que já representou algo digno e agora está valendo um quarto do que seria necessário para manter uma família de quatro pessoas durante 30 dias, sem maiores apertos. Com um mínimo de conforto.
Eu digo uma família de aposentados pela Previdência Social. Porque as dos servidores públicos, sobretudo aqueles próximos ao poder vai muito bem, obrigado.   
Quando falei dos indícios no primeiro parágrafo, referia-me ao Supremo Tribunal Federal. Embora com todos os esforços despendidos até o momento, continua a todo vapor o esforço para que os corruptos do mensalão não sejam punidos. Políticos seguem fazendo do dinheiro público uma festa particular em seu benefício, como sugerem as duas fotos ilustrativas, e os trabalhos do Congresso Nacional pouco apresentam de consistente. De bom. De digno de nota. Principalmente, de digno da montanha de dinheiro que os congressistas ganham com vencimentos e penduricalhos.
Exemplo disso foi a pantomina da ameaça de votação de mais de três mil vetos presidenciais que se encontravam engavetados faz muito tempo. Além de mostrarem que não trabalham, não cumprem seus deveres constitucionais, aqueles para os quais foram eleitos, os membros do Parlamento ainda deixaram claro seu descaso para com o dinheiro do contribuinte: gastaram mais de 400 mil páginas de papel A4 e "fabricaram" diversos arremedos de urnas para mostrar que são palhaços de quinta categoria. 
A presidente dá entrevistas de passagem, respondendo em frases curtas, porque sabe que as perguntas tendem a se aprofundar. E ela não quer ser pressionada, ser colocada contra a parede e ter de falar sobre as pressões que sofre para trocar favores por cargos públicos.
Por isso o Congresso Nacional encerrou os trabalhos de 2012 sem votar o orçamento da União. Embora mudar contratos firmados para uso do dinheiro dos royalties do pré-sal seja uma agressão ao bom senso, agride mais ver o Parlamento deixar um país sem ter como empregar seus recursos em favor da população num início de ano. Em um início de ano de "pibão", como diz a chefe de Estado.
Tomara o ano novo nos traga algo de realmente novo. Trabalho em favor do interesse público e para a construção de uma sociedade mais justa já seriam um bom começo.
Feliz ano novo a todos. A gente volta, se tudo der certo, em 2013.          

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