3 de fevereiro de 2013

A demagogia do "problema social"

Flanelinha atua no Centro de Vitória, perto à região do Porto. Impunemente!
Ao ser eleito para governar Vitória, o prefeito Luciano Rezende deu uma entrevista à TV Gazeta, respondendo a perguntas de telespectadores. Um deles questionou o que seria feito com as gangs de flanelinhas que infestam a cidade. Ele disse que o fenômeno existe faz anos,  nunca ninguém o combateu e se trata de um "problema social". Em síntese, demagogicamente revelou o que todos sabemos: não pretende fazer coisa alguma.
E isso se confirmou. Depois de empossado, houve uma denúncia de extorsão praticada por flanelinhas contra um morador da cidade que havia estacionado o carro na área central. Uma pergunta foi encaminhada à PMV, perguntando o que seria feito, e a "assessoria" respondeu que não existe lei alguma considerando a prática como ilegal. Se o cidadão se sentir ameaçado, deve se dirigir à Polícia e pedir providências.
Maravilhoso! Vitória começou a mudar! Para pior!
As quadrilhas de flanelinhas infestam toda a cidade. No Centro já fui abordado por vários deles pedindo dinheiro "para o vagabundo não riscar o carro do senhor, doutor!". E a abordagem se dá entre o Palácio Anchieta e o Fórum. Entre sedes dos poderes Executivo e Judiciário. Uma amiga que precisou parar às pressas para ver um parente que estava internado em estado grave no Hospital da Associação dos Funcionários Públicos do ES, ao voltar teve o carro cercado. Ou dava ao flanelinha o dinheiro de seu "serviço" ou não saia. Mulheres são coagidas dessa forma. No caso de homens, o sujeito até pode ir embora sem ser agredido fisicamente. Mas que não volte. Se voltar vai encontrar seu veículo destruído porque a placa terá sido anotada e distribuída para todas as gangs.
Por sinal, na legislatura passada um vereador votou a provou lei considerando crime essa prática. O então prefeito, João Coser, vetou. Por isso não existe lei: o Executivo barra todas as tentativas de combate a esse tipo de crime mal organizado, mas mesmo assim organizado.   
Se um dia a Polícia reunir o grosso de seu efetivo e fizer uma limpeza na cidade, levando todos os flanelinhas ou os que puderem ser detidos, para uma triagem numa delegacia, a metade não volta às ruas. Uma boa parte deles respondem a processo, seja lá por que delito for. A metade, ou mais, comete ou cometeu crimes. E podem ser até mesmo crimes bem graves!
Não, senhor prefeito. Não se trata de um problema social. É  um problema criminal! E dos grandes. Sua demagogia, sua omissão, seu cinismo e seu bom-mocismo de araque não conseguem esconder essa verdade que salta aos olhos de todo mundo, todos os dias em todos os bairros.
A questão dos flanelinhas tem que ser enfrentada. De peito aberto, como os verdadeiros homens enfrentam os problemas ou definem suas posições. O fato de outros não terem tomado providências no passado não justifica a omissão covarde de agora. E faça uma coisa, caso o senhor não acredite nos cidadãos dessa cidade: mande que uma pessoa de suas relações pare o carro ao lado da Prefeitura. E diga e ele que não pague os flanelinhas que infestam o lugar, debaixo da janela de sua sala de trabalho.
O senhor vai ser o que acontecerá ao carro dele.          

  

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