8 de janeiro de 2015

De como vencer o ódio

O massacre que atingiu o periódico Charlie Hebdo, em Paris, mostra a face mais cruel do extremismo islâmico. Uma visão muito particular dessa corrente religiosa e que é repudiado por praticamente todos os seus praticantes. Para muçulmanos é ofensivo apenas retratar o profeta Maomé, e sobretudo em situações anedóticas. Mas matar, em qualquer lugar, é mais ofensivo ainda.
Incompreensão de natureza religiosa existe em todos os lugares. Aqui mesmo no Brasil, um país laico, alguém se confesse ateu, agnóstico ou livre pensador, geralmente vê muitas outras pessoas se afastarem. Mas essas mesmas pessoas não admitem contestações à sua crença ou dogmas religiosos. No passado, esse tipo de comportamento foi mais agudo no Brasil e teve a participação da Igreja. Inclusive católica.
E nosso conceito de Estado Laico permite muitas coisas. Temos por aqui várias seitas religiosas que são, na verdade, grandes negócios feitos para enriquecer seus donos. E o Estado convive com isso sem fazer nada. Ao contrário, até a atual presidente foi pedir votos em um "templo" desses durante a campanha. Mais recentemente, o "líder" de uma corrente pregou a substituição do dízimo pelo trízimo. No ver dele, deveriam ser 10 por cento para cada membro da Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E quem aceitar a nova ordem, pode ter uma certeza: os 30 por cento serão todos dos donos da seita.
O extremismo islâmico se manifesta de forma diferente: ele mata. Na foto jornalística desse artigo há um acusado de roubo tendo a mão decapitada. Foi a imagem mais "sutil" que encontrei. E esse tipo de extremismo vem se alastrando, sobretudo em quase todas as regiões africanas, Europa, Estados Unidos e parte da Ásia. Ninguém está seguro contra um atentado. Ele pode acontecer a qualquer hora. Em países conflagrados, com combates entre correntes religiosas, as mortes violentas são o dia-a-dia das populações.
Vencer esse estado de coisas exige determinação. E atacar os muçulmanos é o pior caminho possível. Eles são, em essência, pacifistas. É preciso dar-lhe condições de se fortalecerem e irem aos poucos derrotando os segmentos violentos e sectários dentro de sua religião, de preferência com o poder da palavra. Para que um dia esses grupos sejam tão insignificantes que sumam naturalmente.
Isso seria mais fácil de acontecer, claro, se os Estados Unidos ajudassem não pretendendo serem o xerife do mundo e não apoiando todas as ações de Israel, sobretudo sua vocação para o terrorismo de Estado, o que a imprensa ocidental não denuncia jamais.
Mas mesmo sem isso é possível ganhar a guerra renunciando usando armas que não atiram .          

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