28 de janeiro de 2015

O preço do butim

Impostos, ou tributos, são o meio de o Estado arrecadar para servir ao cidadão. Para agir em benefício dele. Sem arrecadação não há como construir estradas, hospitais, ferrovias, saneamento básico, etc., etc., etc. Sendo assim, em qualquer lugar do mundo os governantes fazem uso da arrecadação obtida de seus cidadãos para agir em defesa deles, em nome deles, em benefício deles.
Eu disse "em qualquer lugar do mundo"? Desculpem-me, foi engano.
O Brasil não é o único caso, pois há países onde as coisas são até piores. Mas aqui o dinheiro dos tributos que o cidadão paga - e a cada ano paga mais - mal serve para ser usado em seu benefício. Ele custeia privilégios, compra apoios políticos, infla a máquina pública, se esconde debaixo do tapete, eterniza a pobreza à custa de falsos programas sociais e mantém um sistema de propaganda que tenta vender ao cidadão, sobretudo ao que tem menor grau de informação ou educação formal, a imagem falsa de que ele vive num país onde um "governo de esquerda" trabalha para os trabalhadores.
Esse é o dano do imposto no Brasil. O fato de ele não retornar como benefícios, como melhoria de nível de vida. O fato de que ele serve para pagar suborno, manter 39 ministérios e um mundaréu de amigos, parentes e companheiros dos que chegaram ao poder sobretudo graças à ignorância popular.
"Brasil, Pátria Educadora"? Isso é brincadeira.
Os direitos dos trabalhadores jamais serão tocados? Isso é mentira.
O governo eleito em fins do ano passado é hoje o inverso de tudo o que prometeu ao longo da campanha política. E durante toda essa campanha isso foi dito incontáveis vezes e de todas as formas. Mas como convencer quem recebe dinheiro público na formas de bolsas de diversos matizes e acha que o País protege a todos dessa forma, sem as contrapartidas do trabalho e da qualificação?
Os 39 ministérios serão a cada dia mais inflados. Será preciso proteger o governo do fantasma do impeachment. Esconder o mar de corrupção que tem na Petrobras seu maior exemplo. Será preciso fazer como ontem: falar em reuniões ministeriais que o Estado brasileiro trabalha para os menos favorecidos e, ao mesmo tempo, contemplar os poderosos com favores. Afinal, um governo envolvido até a medula, direta ou indiretamente, em escândalos, depende de quem se vende. E hoje o butim custa caro.
Que saibamos disso nós, os devedores dessa conta.      

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado Álvaro:

Por acaso (será que existe), tive acesso ao seu blog. No momento, em vez de comentários sobre seu texto (não achei outro espaço), lhe digo bem rapidinho:

Sou de Recife / João Pessoa, e moro, aqui, em Teresina, onde tudo referente à divulgação de livros é duro e penoso. Desde adolescente e como docente universitária, sempre escrevi em ritmo compulsivo. Mesmo com doutorado em ciência da informação, me graduei em jornalismo, em 2006. Hoje, aos 66 anos, tenho me dedicado a crônicas. Agora, lancei meu segundo livro IDEIAS EM RETALHOS: SEM RODEIOS NEM ATALHOS, com 90 textos que falam de tudo ou quase tudo.
Pergunto: há algo que possa fazer para me ajudar? Comprar um único exemplar para exposição e eventuais comentários? Ganhar um livro – me mande seu endereço. Enfim, qualquer ajuda me serve e muito! Maria das Graças Targino