7 de setembro de 2015

Sabra e Shatila explicam Benjamin Nethanyahu

Ariel Sharon era o Première. Benjamin Nethanyahu, um de seus discípulos que cresciam na hierarquia de Israel. Entre 16 e 18 de setembro de 1982 a milícia libanesa maronita liderada por um certo Elie Hobeika invadiu os campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila, situados na periferia sul de Beirute. Eles queriam se vingar da morte de seu líder, Bachhir Gemayel. A região era então ocupada por forças israelenses e os invasores pediram a Israel que cercasse os campos. Todas as saídas foram bloqueadas e os palestinos não tinham armas. Durante quase 48 horas deu-se o massacre de cerca de 3 mil pessoas (foto) enquanto os militares judeus apenas olhavam, sem intervir. À noite, como era mais difícil encontrar e matar, o Exército de Israel ainda forneceu e disparou milhares de foguetes de iluminação para ajudar na carnificina. Ao que parece, depois foram dormir em paz!
Os milicianos eram cerca de 150 homens e, dentre os mortos, centenas eram crianças. Outras centenas, idosos. Desde aqueles dias tive uma convicção íntima: o que separou e ainda separa os ultra-direitistas judeus dos nazistas é apenas uma questão de oportunidade. Os nazistas quase puderam dizimar todos os seus inimigos porque a guerra os escondia. Os israelenses, não de pronto, mas fazem isso com mais vagar, por força das circunstâncias da atual política internacional.
A direita, sempre forte, dirige Israel hoje. Há oposição a ela, sim, há uma esquerda organizada naquele país, mas sem força suficiente para intervir. E como essa política de Terrorismo de Estado - sim, Israel pratica Terrorismo de Estado - prevê a expulsão total e o extermínio dos palestinos da região que, para eles é deles por vontade divina, Nethanyahu não aceitará nunca refugiados sírios ou norte-africanos de outras regiões em seu país. Notem o que ele quer dizer quando se refere aos restantes refugiados da África que não deseja nem aceita: são os negros. Essa cerca que o Primeiro Ministro pretende construir é como um bloqueio de campo de concentração ou de extermínio. Igual, sem tirar nem por. E os princípios que norteiam sua construção, os mesmos que moveram a máquina de guerra nazista na II Guera Mundial. Israel é movido por ódio racial. A raça judaica é superior!
Aquele país tem mais de uma centena de ogivas nucleares, em grande parte fornecidas pelos Estados Unidos. Jamais foi investigado pelos organismos de controle de armamentos da ONU. Ao mesmo tempo, essa mesma ONU, sob pressão dos Estados Unidos, força os demais países da região a assinarem acordos de não proliferação de armamento atômico, Cercam, blindam o entorno para que Israel tenha condições de prosseguir em sua política genocida sem interferências.
E com o "direito de se defender".
São esses os fatos que explicam a reação de Nethanyahu aos pedidos de abertura de fronteiras para receber refugiados sírios e de outras regiões. Ele mente quando diz que seu país não vai se afogar por causa daquela gente desesperada. Na verdade, o que Israel quer é que eles, os outros, se afoguem. E os judeus, no passado, já foram salvos pelas mesmas "raças" que hoje querem dizimar.      

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