16 de julho de 2019

"Viés sem partido", a farsa

De todas as farsas que o governo de Jair Bolsonaro patrocina e tenta impor aos brasileiros, duas são inacreditáveis: o discurso de combate ao "viés ideológico" e a "escola sem partido". Nenhum deles sobrevive a uma contestação de estudante mediano de Primeiro Grau.
Bolsonaro tem várias fixações fruto de seu primarismo ideológico. Uma delas é tirar do Brasil e sobretudo dos órgãos públicos o que ele chama de "viés ideológico" com tonalidades vermelhas. Mas não diz que sua intenção não é acabar com a ideologia, posto que isso não é possível, mas substituir a, digamos atual, por outra de extrema direita. Ou seja, nazifascista.
Ele discursa, seus ministros mais intelectualmente pobres endossam essas falas, e todos agem como se a "intelligentsia" do Brasil se comportasse exatamente como a "burrutsia". Mas não é o que ocorre, lamentavelmente para eles todos. Cavaleiro de uma nova triste figura, pensamentos medievais, capacidade intelectual reduzidíssima, Bolsonaro leva seu obscurantismo político às últimas consequências e, com base nele, tenta destruir tudo o que pareça conter seus fantasmas vermelhos. O mais danoso certamente é a tentativa de destruição do meio ambiente brasileiro.
Outra falácia é a "escola sem partido". Ele discorda da autonomia existente nas universidades federais, sobretudo quando ela toca na liberdade de cátedra. Quer acabar com ela para que seus novos professores digam que jamais houve ditadura no Brasil, comunista come criancinha, a disciplina "educação moral e cívica" é fundamental, a ciência de nada vale e em cada pé de goiaba de cada universidade, sobretudo federal, olhando bem Deus aparece para você. Se você for de direita, claro.
A reforma da Previdência está sendo feita não apenas porque é necessária - e é -, mas também para privilegiar os mais ricos. Os poderosos. E ela já nos custa uma fortuna em barganhas e uso de dinheiro público para subornar políticos que se vendem a preço de ocasião. Tanto à esquerda quanto à direita.
Nós estamos num beco sem saída com esse governo, prezados!
E isso foi visto em toda a sua maior dimensão quando reacionários "bostonaristas" cercaram a FLIC  de Paraty para agredir com palavras e foguetes os que estavam lá, ao mesmo tempo em que eram cuspidas palavras de ordem pregadoras de violência e golpe de Estado.
É preciso denunciar. É necessário lutar contra isso tudo. O Brasil precisa acordar e ver que Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil nos Estados Unidos está longe de ser o maior perigo a nos rondar hoje em dia. Na verdade, ele é apenas o mais grotesco dessa tragédia.                     

Nenhum comentário: