Congresso cheio para a defesa de interesse de bancada. Qual? Não importa |
Nossos aleijões começam pela inexpressividade das organizações partidárias. Quase totalmente despidas de ideologias ou de projetos políticos claros, acabam sucumbindo a uma figura estranha na vida dos outros países: as bancadas. Aqui temos principalmente a evangélica, a ruralista e a da bala. Distribuídos por diversas organizações partidárias ao sabor de conveniências regionais ou corporativas, seus membros se unem para a defesa dos interesses primeiros: imposição de dogmas religiosos, projetos de grandes latifundiários ou de fabricantes e defensores de armas. E os partidos? Muitos de seus membros sequer sabem qualquer coisa acerca deles. Ou para que servem.
A situação chegou a tal ponto que o nome "Partido" está desaparecendo em muitos casos. Hoje temos organizações com nomes como Democratas, Verde, Avante, Democracia Cristã, Solidariedade, PROS, Patriota, Rede e até mesmo Cidadania, apelido agora adotado pelo PPS, nascido PCB.
É uma situação esdrúxula, no todo ou em parte...
Recentemente surgiu aqui em Vitória, no Espírito Santo, a informação de que policiais militares estariam se unindo para concorrer às próximas eleições municipais. Como conheço um coronel aposentado, perguntei a ele como isso vai ser feito e a que partido os militares se filiariam. Eles querem lutar sobretudo por salários melhores - aqui são pagos alguns dos mais baixos do Brasil -, concorrendo para os cargos de prefeito e vereador, se possível em todos os municípios. Partido? Isso cada um vai escolher o seu. Em suma, vem mais uma bancada por aí!
Dos muitos de nossos problemas o maior hoje talvez seja esse: na política, salvo raras e honrosas exceções, entram aqueles que vão defender suas bandeiras pessoais e/ou corporativas. E os maiores, mais importantes e urgentes interesses para o País? Isso não está no horizonte dessas pessoas. Seria uma função exclusiva de organizações político partidárias robustas, conhecidas e respeitadas, caso elas ainda existissem no Brasil. Mas, pobres de nós, elas são espécimes em extinção como há outras nas florestas.
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