15 de julho de 2020

Sim, pode haver genocídio!

A língua portuguesa tem mais de uma definição para grande parte de seus termos de origem latina. Genocídio é um deles. Então tomemos aleatoriamente uma delas, aceita por todos: "extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso. Destruição de populações ou povos". Há mais explicações, mas a gente pode parar por aqui.
Sabemos nós, os não inocentes, que os índios são frágeis diante de doenças, notadamente as que surgem como letais até mesmo para o "homem branco", esse que ao longo dos séculos vem acumulando defesas contra várias formas de males. Eles não resistem nem isolados, se forem atingidos por agressões da civilização moderna como pandemias, por exemplo. A atual, especificamente.
Sabemos também que o ministério da Saúde é dirigido (sic!) por um general sem formação alguma em área de saúde. E que ele está sendo auxiliado por quase trinta outros membros do Exército igualmente ignorantes nas matérias médicas. Ora bolas, as Forças Armadas contam com um grande número de médicos e demais profissionais habilitados. Por que eles não estão no ministério? Porque teriam protocolos a cumprir, orientações a seguir e o presidente da República exige que o pessoal do setor siga unicamente suas crenças e certezas insanas. E ponto final. Mais ou menos parecido com o que ocorre no ministério da Educação por motivação política.
Os índios estão sendo exterminados. E isso sobretudo porque o coronavírus chega até eles por intermédio principalmente de garimpeiros ilegais que invadem terras indígenas para garimpar. E são protegidos, pasmemos nós, pela presidência da República. O presidente não apenas tolera essas atividades ilegais como as protege. E quem protege crimes, criminoso é.
Há uma foto ilustrando esse texto e que recebi do grupo de Facebook Press Open, do qual faço parte. Mostra uma índia com máscara cirúrgica nas mãos. Não serve para absolutamente nada. Da mesma forma que de nada servem as promessas governamentais relativas ao fim do desmatamento da Amazônia ou das queimadas na região, pois a política do governo é uma só: destruição. E só mesmo o crescimento da pressão internacional vai impedir que transformemos a maior área de florestas do mundo, o pulmão do planeta, em uma vasta savana.
Mas se chegarmos a isso, antes vamos talvez exterminar alguns de nossos povos indígenas inteiramente. São de população reduzida, frágeis e desarmados. E isso, quer os militares queiram admitir ou não, terá sido um crime de genocídio. Um crime contra a humanidade!               

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