14 de julho de 2021

Com o DNA de Tio Sam


Desde que Fidel Castro declarou-se comunista logo depois de tomar o poder em Cuba os Estados Unidos tentam destruir o regime político daquele país. É como se eles dissessem sempre que não vão aceitar comunismo às portas de Miami e os cubanos continuem dizendo "sim, vão nos aturar". Essa história iniciada em 1959 e que agora tem desdobramentos com protesto de cubanos no último final de semana (foto) já teve antes episódios mais dramáticos. E em todos eles estava o DNA de Tio Sam.

Em 1961 o governo norte-americano treinou um pequeno exército de 1.200 mercenários cubanos para invadir o País por Playa Giron, na Baía dos Porcos, e tomar o poder. Fidel Castro descobriu o plano e nada deu certo. Os porcos morreram na praia mesmo e a um custo elevado de vidas humanas. Estava afastado o maior risco da volta de Fulgêncio Batista e dos tempos de prostituição institucionalizada e de a fina flor da máfia controlar a economia caribenha via cassinos e drogas.    

Como os Estados Unidos haviam instalado mísseis nucleares na Turquia, na porta de entrada da União Soviética, Nikita Khrustchev, o primeiro ministro soviético de então, colocou os dele em Cuba. Durante 12 dias, de 16  28 de outubro de 1962 o mundo namorou com um final trágico. Mas graças aos esforços tanto de Khrustchev quanto do presidente John Kennedy o perigo da guerra nuclear foi afastado. Os mísseis norte-americanos saíram da Turquia, os soviéticos, de Cuba e o telefone vermelho funcionou...

Ao longo dos anos vários atentados foram cometidos contra Fidel Castro. Ele sobreviveu a todos e às acusações de que roubava milhões de dólares e os guardava no exterior. Morreu em Cuba e lá estão suas cinzas. Mas o maior desafio foi seu país sobreviver ao bloqueio econômico imposto pelos EUA há mais de meio século. Isso acabou com a economia cubana após o fim da União Soviética e o quadro agora se agravou com a crise da pandemia. O turismo morreu, as atividades comerciais e industriais sofreram um grave baque e a fome chegou. Consequência: ninguém enfrenta falta de comida de bom humor.

Os Estados Unidos são os responsáveis por todos os males cubanos. Inclusive pelo fato de o regime político ser fechado até agora porque ele faz isso para se proteger, para sobreviver. Não fosse o clima de guerra em torno da ilha e bem provavelmente os cubanos estariam convivendo hoje com um sistema multipartidário e quem sabe com eleições diretas. Mas nada disso está agora colocado na mesa.

Faço uma aposta: Cuba vai vencer mais esse desafio. Para desespero de muitos!                  

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