11 de setembro de 2021

O nosso 11 de setembro


Impossível não passar algumas horas hoje diante da TV revendo o drama do 11 de setembro nos EUA. Eu estava em Belo Horizonte naquele dia, no Centro de Convenções e assistindo ao fim do Empretec, um curso de empreendedorismo do Sebrae quando o comentarista (sic!) Alexandre Garcia apresentava a programação e foi chamado à coxia. Voltou correndo, parou a exposição do dono da Sugar e disse que havia sido convocado às pressas ao Rio de Janeiro pela Rede Globo porque estava havendo um ataque contra o World Trade Center (foto). Todo mundo riu porque eram muitas as pegadinhas da ocasião, mas ele disse que estava falando sério. Saí de minha cadeira em uma das extremidades da imensa sala e, do lado de fora vi tudo ao vivo por uma das muitas TVs. Impossível não ficar chocado com aquilo.

O 11 de setembro é umas das coisas difíceis de serem explicadas. A lógica não o aceita. Os padrões mínimos de civilidade também não. Conheço islamistas e eles dizem que o muçulmano é um ser cordato e apenas diferente de nós no plano social. Uma questão de cultura. Os extremistas defendem uma interpretação do livro sagrado deles que a imensa maioria repudia. Em São Paulo morei próximo do maior templo mulçumano daquela cidade e só via gente dócil entrando e saindo do lugar. Rezavam suas rezas voltados para a Meca sem nem ao menos fazer barulho para não incomodar ninguém.

Estou escrevendo isso porque ontem bloqueei no Facebook um jornalista que foi minha "cria" em A Gazeta, filho de um outro que prezo e admiro. Ele se tornou membro de uma congregação evangélica vulgar, dessas feitas para enriquecer seus donos, e passou a hostilizar minhas publicações anti-Bolsonaro. Ontem disse que a imprensa saiu menor do episódio do arrego de seu (par)mito e entendi que era a hora de parar com aquilo. Difícil explicar isso por parte de gente culta, inteligente. A lógica não aceita. Os padrões mínimos de civilidade e respeito ao semelhante também não.

Você pode, leitor, argumentar que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Discordo porque na minha visão tem, sim. Esse presidente JMB é o nosso 11 de setembro. Está destruindo o Brasil e suas instituições em nome de uma visão nazista da política e uma grande massa de brasileiros ainda cerra fileiras a seu lado. Cheguei a ouvir de um que a carta escrita por Michel Temer para ele assinar foi uma grande demonstração de sabedoria tática. Genialidade. O ídolo do gado estaria preparando golpe. Recuando taticamente. Não duvido, mas não vai dar certo. Ele dará com os novilhos n'água.

O 11 de setembro que hoje faz 20 anos é um episódio triste da história mundial. No futuro talvez sociólogos o expliquem melhor depois de passados os tempos de ódio insano do projeto religioso dessa gente extremista. O nosso 11 também vai ser explicado um dia. Essa cólera acumulada pela extrema direita brasileira vai passar porque também tem muito de seita tosca, cega. Quando vejo as demonstrações de insanidade deles chego a pensar que moro no Afeganistão verde e amarelo. Mas não acredito que joguem seus mísseis improvisados contra os inimigos. No fundo morrem é de medo.          

Nenhum comentário: