26 de janeiro de 2022

Luto por nós


É muito estranho esse país chamado Brasil! Mais de 600 mil pessoas morreram por omissão criminosa do governo federal capitaneado pelo presidente Jair Bolsonaro e ontem pela manhã a bandeira nacional foi baixada a meio pau para que os imbecis da República chorem a morte de um mendigo intelectual de nome Olavo de Carvalho (foto), falecido de Covid-19 nos Estados Unidos. E isso acontece em meio a uma crise política sem precedentes na historia recente, quando o Poder Legislativo nos governa via Centrão depois de emparedar um presidente que quer tentar a reeleição a qualquer custo.

Em meio a todo esse caos o governo federal comemora o fato de o Brasil estar cotado para ingressar na OCDE dentro de alguns anos (sic!). Poucos pararam até agora para pensar no fato de que para isso acontecer o país vai ter que se comprometer com a luta contra a corrupção, pela preservação da democracia e defesa do meio ambiente, além de outras exigências. E qualquer criança ingressando no ensino fundamental sabe que Bolsonaro não tem compromisso com combate à corrupção, está pouco se lixando para a democracia e quer mesmo é destruir o meio ambiente do Brasil, o que já está sendo feito.

É incrível como em meio a tudo isso os apoiadores incondicionais do presidente o sustentam contra todos os fatos. Focados na tentativa de destruição do ex-presidente Lula, centram fogo nele praticamente se esquecendo de todos os demais candidatos hoje colocados à consideração dos eleitores. Como Ciro Gomes (PDT) até agora o único a apresentar um plano de governo consistente. Somos levados a crer que planos de governo não existem para o poder federal atual e seu gado. Só Lula os incomoda. E se Ciro crescer nas pesquisas haverá tempo de centrarem fogo nele, encontrando na lata do lixo intelectual onde vivem argumentos suficientes.

Olavo de Carvalho notabilizou-se por ser um autodenominado filósofo. Num governo que odeia filosofia, antropologia, sociologia e tudo o mais que represente ciências sociais, era cultuado por ser um extremista de direita que intercalava momentos de amor com outros de ódio ao presidente brasileiro. Virou motivo dos mais variados tipos de piadas desde o momento do anúncio de sua ida para o inferno. A bandeira brasileira hasteada a meio pau, sobretudo em frente ao Palácio do Planalto, é um retrato pronto e acabado do governo que temos: com a imagem e o nível de sua filosofia.

Talvez até pior do que isso. Precisamos mesmo é de um luto por nós.   

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