15 de julho de 2024

As vítimas da cultura das armas


Desde o primeiro registro até hoje são 16 os atentados contra presidentes ou candidatos à presidência dos Estados Unidos naquele país. O primeiro que morreu foi Abraham Lincoln, assassinado no Teatro Ford, em Washington, em 1865 (foto), mas já tinha havido atentados antes, desde 1835. Daí para cá foram mais 15 ocasiões distintas, sendo que em quatro outras oportunidades o presidente ou candidato perdeu a vida. Todos eles, sem exceção alguma, foram assassinados pela cultura das armas dos Estados Unidos.

Essa cultura do "uso arma para me defender" tem início com a famosa "conquista do Oeste" pelos colonos norte-americanos. Ocorre que lá havia moradores originários, as diversas nações indígenas. Então eles tinham que ser eliminados para a chegada dos brancos. E afora no episódio de Litle Big Horn, quando o general George Armstrong Custer foi morto e escalpelado por indígenas dos EUA, no mais todos, rigorosamente todos os grandes chefes índios acabaram exterminados. Recomendo a leitura do livro "Enterrem meu coração na curva do rio", do historiador Dee Brown.

Pois a cultura do uso indiscriminado de armas produziu a morte de Lincoln e também de James Garfield, William McKinley, John Kennedy e Robert Kennedy, este último candidato em campanha. Também houve atentados contra Andrew Jackson, Theodore Roosevelt, Franklin Delano Roosevelt, Harry Truman, George Wallace, Gerald Ford (duas vezes), Ronald W. Reegan, Bill Clinton, George W. Bush e agora Donald Trump. E não foram apenas esses as vítimas da cultura da violência norte-americana. Também terminou morto o Beatle John Lennon, que não fazia mal a ninguém, além de centenas de outros como estudantes eliminados dentro das escolas por psicopatas armados. Aliás, um em cada 20 cidadãos dos Estados Unidos possui fuzis como o usado por Crooker, um rapaz de 20 anos, para tentar matar Trump.

Uma sociedade que se arma para atirar em tudo e em todos monta o palco de seu próprio velório. O rapaz que tentou tirar a vida de Trump e foi morto em seguida certamente buscava notoriedade, como tantos outros o fizeram. As autoridades dos Estados Unidos não vão encontrar nenhum complô internacional depois das investigações desse caso. Vão achar, isso sim, um atestado de sua própria doença como povo e nação. Doença essa que Donald Trump, um ferrenho defensor do uso de armas, alimenta todos os dias e agora se voltou contra ele.        

2 comentários:

Anônimo disse...

É uma versão distorcida da realidade, de que se usa para se defender. O uso de armas por pessoa comum é despreparada é um estopim que alimenta criminosos psicopatas, contra o Cidadão e seu semelhante.

Anônimo disse...

Bem lembrado