1 de dezembro de 2010

Tiririca, o nosso deputado


Está decidido: o juiz que julgou o processo de Tiririca, o deputado federal eleito mais votado do Brasil, chegou à conclusão de que ele pode assumir o mandato porque não é "analfabeto absoluto". Ou seja, somente sendo analfabeto absoluto o sujeito(a) não pode ser político no Brasil. Seja lá o que isso signifique.
Até hoje a gente conhecia o termo "analfabeto funcional", que se refere àquele cidadão(ã) incapaz de ler e interpretar o que está lendo. E as pessoas - pelo menos eu - imaginavam que abaixo disso só existisse o analfabeto. Mas estávamos errados, porque douta sentença nos adverte da existência de "analfabeto absoluto". Deve ser o mesmo que "morto definitivo", o cadáver que não corre mais o risco de se levantar do caixão e fazer todo mundo sair correndo. O "analfabeto absoluto" não é um caso de catalepsia da língua pátria. Esse não sabe mesmo e está acabado. Pelo menos até agora, está sentenciado.
E, convenhamos, não sendo "analfabeto absoluto", Tiririca pode ser empossado deputado. No que ele é pior do que os que se vendem? Nomeiam parentes e amigos para cargos públicos? Trocam empregos por votos? Cometem fraudes? Mentem de até o presidente Lula ficar com inveja? Roubam, falsificam, etc e tal?
Um "analfabeto não absoluto" pode, inclusive, entender facilmente, quando projetos de lei chegarem ao Congresso, que o funcionário público dos três Poderes é um ser superior e deve ganhar muito mais do que o cidadão comum, que trabalha na iniciativa privada e paga a Previdência de todos, embora recebendo um décimo - ou menos - do que ganham os seres superiores deste nosso Brasil.
Aliás ele, o nosso deputado, é talhado para isso!

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