29 de dezembro de 2010

Mudar, só denunciando


A maioria dos cérebros pensantes do Brasil raciocina em direção ao fato de que nosso país tem reais possibilidades de fazer da segunda década do século XXI uma era de desenvolvimento e, também, de eliminação do enorme fosso que hoje separa ricos de pobres e serventuários públicos dos demais brasileiros, aqueles que fazem o caixa da Previdência.
O que, então, conspira contra nós? A própria estrutura de poder brasileira. Ela nasce num Executivo fisiologista e incapaz, passa por um Judiciário (esse da foto) corporativista e opaco e desagua num Legislativo pusilânime e corrupto. Num país onde todos os que comadam se fartam, faltam fatias de bolo para cerca de 60 por cento da população. Sim, porque há os que são ricos o suficiente para poderem olhar esse tipo de butim com a certeza de que já estão sendo servidos como convidados de honra da festa. E alguns não se incomodam.
A estrutura de poder brasileira foi moldada ao longo dos anos, a começar no Império, à custa de desinformação, ignorância. Uma imensa maioria de brasileiros foi mantida à margem do poder decisório, servindo como massa de manobra. São essas pessoas as que sustentam o status quo. E interessa aos governos, em todos os seus três níveis, que nada mude. Ou então que mude devagar, homeopaticamente, para a mudança ir sendo controlada, enquanto possível. Interessa que não haja ebulição social, que o descontentamento alimente turbas.
Não por outro motivo, temos uma das piores estruturas educacionais do mundo dentre os países avaliados. Não por outro motivo, mais de 1,3 milhão de paulistas achou oportuno eleger Tiririca para o Congresso Nacional. O candidato que pedia voto dizendo que "pior não fica".
O pior é que fica! Haja vista que ele fará companhia a José Sarney, Fernando Collor, Roberto Jeferson, Renan Calheiros e outros. Desculpem-me os da turma que foram omitidos.
Mas se queremos acreditar nas possibilidades de o Brasil crescer, diminuir suas diferenças e corrigir os centenários vícios de seus três poderes, teremos que fazer muito mais do que torcer pela senhora Dilma Roussef dar certo. Precisaremos, a exemplo de uma boa parte dos meios de Comunicação honestos do Brasil - e eles existem -, gritar todos os dias, a todas as horas e a plenos pulmões, que Brasil tem que mudar. E denunciar, um a um, todos os desmandos que ocorrerem. Por todos os meios, correndo os riscos necessários. Só assim vai dar certo.
Até lá, feliz ano novo. Tomara o possamos fazer assim.

Nenhum comentário: